Atualmente, 13,2 mil crianças, divididas em quatro
cidades, passam sete horas por dia dentro da escola
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A discussão de estratégias para ampliar o atendimento da Educação Básica em tempo integral na região passará a fazer parte do GT (Grupo de Trabalho) Educação do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. A pauta foi debatida no 4º Seminário Estadual sobre o tema, que terminou ontem em Santo André.
Atualmente, 13,2 mil crianças de 60 escolas de Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá participam do Mais Educação, programa do governo federal que amplia a jornada diária de aulas em duas horas – somando sete horas de atividades – com ações culturais, esportivas ou de reforço escolar. São 27 unidades estaduais e 33 municipais.
Conforme explica a coordenadora do GT Educação e secretária adjunta de Santo André, Ana Lúcia Sanches, os municípios têm até 2020 para atender 50% dos estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental em tempo integral. A meta faz parte do PNE (Plano Nacional de Educação), que tramita no Congresso desde 2010. “Essa discussão entre as sete cidades é um movimento espontâneo e que servirá como troca de experiências, além da possibilidade de traçar estratégias conjuntas para ampliar o serviço”, destaca.
Entre os desafios observados para viabilizar a implantação do programa federal em mais unidades de ensino está a dificuldade em garantir espaço para a realização das atividades, explica o coordenador do Comitê Territorial de Educação Integral do Estado, Anderson Assis. “As escolas foram construídas para atender alunos em dois turnos de aula, por isso, temos de incentivar os municípios a reivindicar a construção de unidades em larga escala junto ao governo federal. No entanto, temos outro desafio, porque algumas cidades não têm áreas disponíveis”, ressalta.
Além disso, a questão orçamentária também é uma dificuldade, tendo em vista a necessidade de contrapartida municipal para a manutenção do aluno pelo período de sete horas na escola, destaca Ana Lúcia. “Além dessa necessidade de organizar a rotina, temos a preocupação de garantir o atendimento com qualidade, e isso demanda verba”, diz.
Em Santo André, a meta é ampliar o número de escolas com período integral no próximo ano – passará de 20 para 30. São atendidas 100 crianças por escola, indicadas a partir de problemas de aprendizagem ou vulnerabilidade social para participar de atividades além do ensino formal, como música, teatro, esporte, lazer e educação ambiental.
Outro agravante e que certamente ampliará a demanda das prefeituras faz parte de outra meta estabelecida pelo PNE: até 2016, todas as redes municipais terão de universalizar o atendimento de crianças com 4 e 5 anos. “O ideal seria que toda a rede básica fosse atendida de forma integral, mas isso demandaria muito investimento”, garante Ana Lúcia.
Segundo Assis, a discussão do assunto em blocos de municípios, como é o caso do Grande ABC, é vista de forma positiva. “Estamos em um momento de troca de experiências no Estado para que não fiquemos isolados.”
O conceito de formação integral vai além de ampliar o tempo em que a criança permanece no ambiente escolar. Segundo o coordenador do Comitê Territorial de Educação Integral do Estado, a proposta é formar cidadãos para o mundo, além de ensinar a ler e escrever. “A ideia é contemplar o desenvolvimento integral do aluno. Se pegarmos o judô como exemplo, é uma atividade que traz concentração, foco, disciplina. Isso interfere tanto na sala de aula quanto na vida da pessoa.”
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