Enquanto o Papa Francisco é velado na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a Câmara de São Bernardo aprovou, de forma unânime, na manhã desta quarta-feira (23) o pedido do prefeito Marcelo Lima (Podemos) em dar o nome do pontífice ao Centro de Acolhimento 24 horas, situado na região central. A proposta agora parte para a mesa do podemista, que irá sancioná-la para publicação no Diário Oficial desta sexta-feira (25). 

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A primeira sessão após a morte do líder máximo da Igreja Católica foi marcada por discursos em sua homenagem. Às 10h57 desta quarta-feira, o Parlamento realizou o gesto de um minuto de silêncio ao Papa Francisco e, em seguida, a redação sugerida pelo governo em dar o nome do Santo Padre ao Centro de Acolhimento não teve dificuldades para passar em plenário, embora com ressalvas de alguns vereadores. 

O espaço, localizado na Rua Tapajós, 10, conta com 1.905,5 m², com capacidade de abrigar temporariamente até 150 pessoas em situação de rua, que podem passar a noite no local. A matéria foi encaminhada ao Legislativo na noite de terça-feira, a fim de, segundo Marcelo Lima, simbolizar uma “homenagem singela da cidade de São Bernardo a um homem humilde que, durante a sua vida e o seu papado, sempre pregou o amor ao próximo e a necessidade da caridade”.

Líder de governo, Julinho Fuzari (Cidadania) lembrou do legado deixado pelo pontífice máximo da Igreja Católica, marcado pelo pensamento de “derrubar muros e construir pontes”.  “Em uma sociedade que discute a polarização, o Papa Francisco se colocou por meio do diálogo, abrir a Igreja para todos, ao dizer que era acolhedora e para todos. Ele foi o Papa da inclusão, por diversas vezes recebeu crianças com algum tipo de deficiência”, discursou.

“Foram 12 anos de Papa Francisco no mundo e sabe o quanto de exemplo ele deixou, nunca fugiu da raia. Acho que seria muito interessante se todo o complexo do Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania) com o nome dele, por toda a sua grandiosidade.como um homem que discutia todos os assuntos que eram relevantes para os oprimidos para humanidade”, pregou Ananias Andrade (PT).

Embora a aprovação do projeto, que ocorreu às 11h39, fosse unânime, houve parlamentares que apontaram a necessidade de ir além do novo nome para o Centro de Acolhimento. “Agora que estamos denominando o espaço de Papa Francisco, temos uma responsabilidade muito grande: fazer com que esse local não continue sendo como é tratado hoje, de forma largada. Então é importante não darmos atenção apenas ao nome,e sim dar o que representa o Papa para pessoas em vulnerabilidade social”, apontou João Viana (Cidadania).

Durante o uso da tribuna, os vereadores destacaram o legado do Papa Francisco em cuidar das pessoas e dos mais pobres, pela humildade e simplicidade, pelo olhar de amor, por ser o primeiro latino-americano a alcançar o posto máximo da Igreja Católica. O Santo Padre foi o tema central de praticamente toda sessão em São Bernardo.

O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21) às 2h35 da madrugada no horário de Brasília, e às 7h35 da manhã no horário de Roma. Ainda no domingo de Páscoa, o pontífice fez a sua última aparição ao público, acenando para os fiéis, já com a voz enfraquecida, na leitura da benção Urbis et Orbi. “Sim, a ressurreição de Jesus é o fundamento da esperança: a partir deste acontecimento, ter esperança já não é uma ilusão”, disse, ao longo de seu último discurso.