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Após denúncia, Filippi compra testes para dengue em Diadema

Aquisição tem dispensa de licitação; compra já estava programada, garante a Prefeitura

Wilson Guardia
27/04/2024 | 09:25
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Banco de Dados/DGABC


A gestão do prefeito de Diadema José Filippi Júnior (PT) liberou a compra de kits para exames de dengue. A portaria foi publicada no Diário Oficial desta sexta-feira. A aquisição, segundo a Prefeitura, vai ocorrer com “dispensa de licitação”. A compra emergencial de testes rápidos tem custo de R$ 30.250,00. De janeiro a março, Diadema registrou 1.401 casos de dengue autóctones (infecções contraídas dentro da própria cidade) e 51 importados. Os dados são da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), do governo de São Paulo. Duas pessoas já morreram no território diademense, vítimas da doença. Uma morte ainda está em investigação.

Chama a atenção que a compra foi autorizada um dia após o vereador Márcio Júnior (Podemos) cobrar explicações do secretário de Saúde Zé Antônio sobre a orientação às equipes médicas para não solicitarem testagens. “Se a ordem vem direto do secretário ou do prefeito eu não sei, mas entendo que sim”, desconfia. A denúncia foi feita abertamente na tribuna da Câmara Municipal na sessão de quinta-feira (25). Inclusive, requerimento solicitando respostas do titular da Pasta foi protocolado.

Sobre a compra, Márcio Júnior considera vital para atendimento da população, mas lamenta que ocorra somente após provocação. “Acho válida a movimentação da gestão Filippi, só lamento por não ser sempre assim. Precisei cobrar para que agisse”, declarou.

Conforme aponta o parlamentar, os médicos não estão solicitando testagens, mesmo que os pacientes estejam com sintomas da doença causada pelo Aedes aegypti, e quando questionados têm a resposta na ponta da língua. “Estamos impedidos”, dizem.

A gestão do prefeito Filippi chegou a confirmar que exames para detecção da dengue não são realizados desde 23 de março, data na qual foi decretada situação de emergência por epidemia da doença, fato que justificou a suspensão das testagens. “Dada sua menor utilidade em contextos epidêmicos o critério para diagnóstico passa a ser clínico epidemiológico”, explicou a administração em nota na edição de ontem.

Após anúncio da compra dos kits, a Prefeitura de Diadema negou que a situação tenha ocorrido após provocação do parlamentar. “A compra de testes rápidos NS1 já estava programada e teve abertura de seu processo no início deste mês”. Ainda de acordo com o posicionamento do Paço diademense, serão adquiridos 5.000 testes “para auxiliar nas ações de combate a dengue e uso nas unidades de Urgência e Emergência”. 




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