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Morando divide agenda entre Paço e campanha

Algumas atividades se confundem, o que pode complicar a pré-candidata oficial em S.Bernardo

Evaldo Novelini
26/04/2024 | 08:57
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Morando grava com Flávia no Hospital de Urgência pela manhã; prefeito diz que usou hora de almoço (FOTO: Reprodução)


O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), passou a dividir sua agenda entre compromissos oficiais do cargo e a pré-campanha de sua sobrinha, Flávia Morando (União Brasil), nome governista à sucessão municipal. Advogado especialista em direito eleitoral disse que atividades podem caracterizar abuso do poder econômico e, talvez, conduta vedada. Tucano alegou que não faz nada ilegal.

Morando e Flávia passaram parte da manhã de ontem gravando vídeos em frente ao Hospital de Urgência de São Bernardo, no Centro. O chefe do Executivo também utilizou suas lives semanais nas redes sociais, nas quais se serve do auxílio de servidores da Secretaria de Comunicação – alguns deles foram citados durante a exibição –, para impulsionar o nome da sobrinha.

Morando também tem levado Flávia a alguns compromissos oficiais, como a participação em inaugurações de empreendimentos privados, como ocorreu em 12 de abril no Outlet Premium Imigrantes, que o site oficial da Prefeitura destacou como “uma das maiores unidades da rede no País”.

“Em princípio, tudo que usa recursos públicos é proibido na pré-campanha. Lives com servidores e equipamentos para expor a sobrinha, na minha opinião, podem caracterizar abuso do poder econômico e, talvez, conduta vedada”, declarou ao Diário o advogado Alberto Luis Rollo, especialista em direito eleitoral.

Ainda de acordo com Rollo, qualquer conduta que tangencie a política partidária, neste momento de pré-campanha, independentemente do horário, pode ser questionada. “Prefeito não tem expediente. Ele até pode dedicar parte do dia para afazeres particulares, mas pode ser cobrado por isso. Ele foi eleito para trabalhar mais quatro anos e não três anos e quatro meses e o resto dedicar à campanha eleitoral”, argumentou o advogado.

Se forem constatados abusos, Flávia pode ter a conduta questionada na Justiça Eleitoral, enquanto Morando pode responder por improbidade administrativa. “O MP (Ministério Público) deve investigar esse ponto também, e a própria Câmara Municipal”, declarou Rollo.

A Prefeitura foi questionada pela reportagem sobre as atividades do prefeito que podem, em tese, afrontar a legislação eleitoral. A administração informou que não responde a “assuntos relacionados à vida privada e política do prefeito”, orientando que se falasse com a comunicação privada de Orlando Morando.

Em resposta ao questionamento enviado pelo Diário, a equipe de comunicação do político informou “que o prefeito Orlando Morando esteve com a pré-candidata Flávia Morando fora das dependências, nesta quinta-feira (25/04), em área externa do Hospital de Urgência, na qual não teve contato com qualquer servidor ou colaborador do equipamento público, bem como estava dentro de seu horário de almoço.”

Afirmou ainda que “o prefeito Orlando Morando e a pré-candidata Flávia Morando não se utilizam de qualquer estrutura da Secretaria de Comunicação e nem mesmo de qualquer outra secretaria da Administração municipal”. Sobre as lives na internet, declarou que são realizadas “em suas redes particulares, fora do horário de expediente”. 




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