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Os preços de insumos petroquímicos no mercado internacional poderão ser cotados pela Bolsa de Valores de Londres, assim como já ocorre com as resinas plásticas PEBDL (Polietileno Linear de Baixa Densidade) e PP (Polipropileno). O objetivo da proposta é proteger as principais matérias-primas da cadeia produtiva de oscilações bruscas de preços – causadas por especulações ou bolhas de mercado.
Embora já seja discutida no mercado, a proposta será apresentada pela primeira vez a executivos e especialistas do setor na próxima quinta-feira durante o Invest Plastic – 1º Fórum Internacional Plástico na Bolsa de Londres, em São Paulo. Empresas de logística, instituições financeiras e corretoras também participarão dos debates. O evento será acompanhado pela BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) e por representantes da LME (London Metal Exchange).
A decisão de escolher o Brasil para sediar a rodada inicial de debates não surgiu por acaso. O país é hoje o oitavo maior produtor mundial de resinas petroquímicas e plásticas, líder na América Latina. Grande parte da indústria nacional do setor está concentrada no Grande ABC, com destaque para o Pólo Petroquímico, em Santo André.
Segundo Mariângela Guazelli, organizadora da Invest Plastic e responsável pela presença da LME no Brasil, com a introdução dos contratos de insumos petroquímicos na Bolsa de Londres será possível desenvolver ferramentas de controle de riscos e de exposição dos produtos à volatilidade de preço. "Trata-se de uma tendência que tem sido discutida no mundo e que considera mais uma opção de informação e negociação. O evento deverá se tornar uma pedra fundamental nas negociações de resinas no Brasil e na América Latina", diz.
Além de evitar a volatilidade, abrir espaço para a comercialização de insumos petroquímicos na Bolsa de Londres dará segurança para multinacionais realizarem novos investimentos no setor e atrairá às petroquímicas recursos do mercado financeiro, segundo Mariângela.
"Circulam diariamente no mercado financeiro US$ 6 trilhões sem destino certo, que não se fixam em lugar algum. Oferecer a investidores um setor mais sólido, blindado de especuladores, sem dúvida vai possibilitar a atração de parte desse dinheiro todo."
Base – A implementação de um sistema de compra e venda de resinas via Londres também poderá fazer do Brasil plataforma de abastecimento mundial. Isso porque todo o insumo petroquímico negociado na capital inglesa obrigatoriamente sai de armazéns filiados – atualmente apenas Houston (EUA), Rotterdam (Holanda) e Cingapura.
"Por questões de custos operacionais, a fixação de uma base na América do Sul é fundamental. Como líder do setor, o Brasil é forte candidato a implementar uma base filiada à Bolsa de Londres", afirma Evandro Soares Filho, consultor para o mercado interno e ex-diretor da PQU (Petroquímica União).
Segundo ele, a possível entrada de toda a cadeia de insumos petroquímicos na Bolsa de Londres dará ao mercado maior profissionalismo. "Não haverá espaço para amadorismo. No mercado financeiro, a informação é instrumento mais que importante. Acompanhar cada passo do setor e estar inserido nesse contexto será essencial para a conquista de bons negócios", avalia Soares.
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