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Operários da Unnafibras se manifestam

Há três meses em casa, funcionários cobram pagamento da empresa, em recuperação judicial

Matheus Angioleto
Especial para o Diário
31/10/2017 | 07:25
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Cerca de 40 funcionários da Unnafibras Têxtil protestaram na manhã de ontem na altura do número 5.852 da Avenida dos Estados, em Santo André, contra atrasos de salário. Segundo o grupo, aproximadamente 200 empregados estão há 90 dias sem receber. A inquietação foi causada pelo drama de aguardar soluções, sem resposta da empresa, em suas casas.

Além disso, de acordo com os trabalhadores, a firma não deposita o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) há mais de três anos, exatamente 40 meses. Além disso, alguns funcionários estão com duas ou três férias vencidas e abono salarial pendente. O convênio médico está cortado e quem foi demitido recentemente ainda não recebeu as verbas rescisórias.

Os operários também citaram que a empresa enfrenta processo de recuperação judicial. A falta de explicações motivou ontem a tentativa de entrada no local de trabalho, impedida por bloqueio das catracas que dão acesso aos galpões da empresa, que ficam no espaço da Rhodia.

“Nós estávamos entrando, mas bloquearam. Segundo as informações que tivemos, eles estão para decretar falência, enquanto ficamos sem receber”, lamenta o líder de produção Edson Santos da Rocha, 38 anos, que há quase 20 trabalha no local.

O operador Marcelo de Lima, 32, contou que há dois anos desenvolveu hérnia de disco, da qual teve de operar em outubro do ano passado. Nesta data, descobriu que não poderia utilizar o auxílio-doença, já que nem o nome dele nem o da empresa constavam no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). “Na carteira estou registrado, mas não houve repasse das minhas contribuições ao INSS. Era para eu voltar ao médico recentemente, mas cortaram o convênio”, diz.

As pendências, que se arrastam desde 2014, afetam também o operador Roberto Aparecido Marcondes, 36, que desempenha a função há 17 anos na empresa. “Não sabemos o que está segurando a firma, se estão passando informações reais. Atualmente cuido do meu filho e procuro alguns bicos, mas tem muitos que a situação dá desespero e tem gente que inclusive tem mandado de prisão por conta da falta de pagamento das pensões”, relata.

A equipe do Diário tentou contato com a Unnafibras Têxtil, sem sucesso. Procurou também pelo Sindtêxtil (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Fiação e Tecelagem) ABC, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

A Rhodia informou, em nota, que a Unnafibras Têxtil é uma empresa independente e opera dentro do complexo industrial da Rhodia em Santo André na qualidade de locatária. “Aliás, a Unnafibras está inadimplente em relação a pagamentos pelo uso das instalações do complexo da Rhodia. A Rhodia esclarece também que em nenhum momento contribuiu para a crise financeira da Unnafibras Têxtil.” 

Desde 1996, a Unnafibras Têxtil  fornece fibras de poliéster a partir de garrafas de PET recicladas.




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