O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do aumento da meta de superávit primário do país, nesta quinta-feira, durante a entrevista coletiva para 13 jornalistas de emissoras de rádio. Ele afirmou que a medida foi tomada para que a dívida externa brasileira seja reduzida. Lula ainda assegurou que o aumento da meta não vai afetar os investimentos previstos pelo governo federal.

"Eu estou certo que (o aumento da meta de superávit primário) foi uma medida correta, acertada e da maior responsabilidade do ministro (da Fazenda, Antônio) Palocci", afirmou o presidente, para quem "a persistência da equipe econômica deu resultado acima das expectativas".

Lula explicou que o aumento da meta vai elevar em R$ 8 bilhões o orçamento, que passará de R$ 406 bilhões para R$ 414 bilhões. "Em vez de você jogar dinheiro fora, vamos aumentar o superávit e nós diminuímos a dívida que nós temos. Vamos pagar alguma coisa a mais que nós devemos."

Na quarta-feira, Lula e os ministros Palocci, José Dirceu (Casa Civil) e Guido Mantega (Planejamento) decidiram elevar a meta de superávit primário para este ano de 4,25% para 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Esse ajuste de 0,25 ponto percentual representará uma economia de R$ 4,3 bilhões - dinheiro que será destinado ao pagamento dos juros da dívida externa brasileira.

O superávit primário é o resultado da arrecadação do governo menos os gastos com as autarquias municipais, estaduais, federais e as empresas estatais. Ou seja: depois de pagar todas suas contas, o governo obtém um determinado valor que geralmente é reservado ao pagamento dos juros da dívida.