Potencial de compras de moradores da região tem alta de 4,5%
em relação a 2011; Santo André e S.Bernardo lideram ranking
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O potencial de consumo dos moradores do Grande ABC para este ano é de R$ 50,15 bilhões. Portanto, todos os gastos das famílias, cerca de 2,55 milhões de consumidores segundo o Censo 2010, devem acumular este valor, o que representa alta de 4,5% sobre 2011, quando o montante era de R$ 47,9 bilhões.
Com isso, a região perderá uma posição no ranking de mercados com maior potencial de consumo, e fica com o quinto lugar no País. Na frente, consecutivamente, estão a Capital, com R$ 236,5 bilhões, a cidade do Rio de Janeiro, com R$ 135,7 bilhões, o Distrito Federal, com R$ 61,2 bilhões e Belo Horizonte, com R$ 52,7 bilhões.
As informações foram divulgadas nesta semana pelo coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, o professor de Economia Sandro Maskio. Os valores têm como base dados da empresa de pesquisas Target Market.
Santo André (R$ 15,8 bilhões) e São Bernardo (R$ 15,1 bilhões) lideram o ranking de maior potencial. Mauá, com previsão de R$ 6,5 bilhões, e Diadema, com R$ 6 bilhões, estão a seguir na lista, na frente de São Caetano (R$ 4,1 bilhões), Ribeirão Pires (R$ 1,9 bilhão) e Rio Grande da Serra (R$ 590 milhões).
O levantamento mostra que o maior potencial está no setor de despesas com o lar. Segundo Maskio, esse segmento movimentará R$ 15,1 bilhões nas sete cidades neste ano.
Grande parte destes gastos será para a manutenção das residências, como reformas e reparos. Dos R$ 15,1 bilhões, 86% serão direcionados para a conservação do lar. Outros 7% serão gastos com eletrodomésticos e eletroeletrônicos, 5% com mobiliários e 2% com artigos de limpeza.
A alimentação será o segundo setor que mais terá demanda. O potencial de consumo da população previsto é de R$ 8,22 bilhões. Predominantemente os produtos que integram a cesta para consumo dentro do domicílio lideram, com 56% do montante. Em seguida aparece a expectativa de desembolsos com alimentação fora de casa, com 37%.
"Esse é um resultado que vem subindo nos últimos anos, tendo em vista que quanto mais cresce a renda, o emprego, a formalidade, mais as pessoas comem fora de casa", destacou Maskio. O restante da previsão de consumo, 7%, será com bebidas.
MAIOR RENDA - O potencial de consumo com saúde e higiene é de R$ 4,1 bilhões. Neste caso, destacou Maskio, as famílias com maior poder de compra, ou seja, maior renda, têm mais participação. Isso porque 22% do valor serão para cuidados pessoais, 35% com medicamentos e 43% com outras despesas, nas quais estão incluídos os planos de saúde. "Por ter mais renda, as famílias podem escolher produtos diferenciados e acabam gastando mais."
O professor destacou o potencial de consumo com transportes, R$ 3,9 bilhões, sendo que 69% serão com veículos próprios e 31% para transporte urbano. "Os gastos são tão elevados que superam a previsão para Educação", pontuou, ressaltando que os desembolsos com ensino serão de R$ 1,4 bilhão.
Completam a lista dos R$ 50 bilhões o setor de vestuário, com R$ 2,13 bilhões, a construção, com R$ 1,8 bilhão, o segmento de recreação e viagem, com R$ 1,7 bilhão, e os outros gastos que não estão nas categorias listadas com previsão de R$ 11,3 bilhões.
Especialista diz que dados ajudam melhorar negócios
Considerar o potencial de consumo dos clientes para traçar a estratégia do empreendimento é apenas um dos paços necessário para alcançar bons resultados. Segundo o professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo Sandro Maskio, os empreendedores devem planejar suas operações também com base no comportamento, características e renda da sua clientela.
Em primeiro lugar, traçar o potencial de consumo fornece subsídios para que o empreendedor se planeje quanto aos seus gastos. "Com isso é possível estimar quanto será necessário de investimento ou saber a quantia para o estoque", disse o professor.
Reconhecer o consumidor do tipo de segmento em que a empresa atua diminui as chances de erros. "Alguns produtos não se encaixam em determinados segmentos ou locais", afirmou Maskio.
Ele acrescentou que é interessante definir o público-alvo para especificar a oferta que realmente atenda à demanda. "Mas isso não quer dizer que outros públicos não procuraram seus produtos", pontou Maskio. Conhecer a mercadoria que fabrica ou revende também é importante. "Principalmente exaltar as diferenças e qualidades dele em relação à concorrência."
Depois desta análise preliminar, o empresário deve avaliar quais são as principais determinantes para a escolha do consumidor pelo produto. Neste caso alguns exemplos são o desejo das pessoas pelos itens, a qualidade dos produtos e até o marketing envolvido. Perceber a sensibilidade das pessoas pelo preço completa a análise.
Maskio salientou que muitos micro e pequenos empreendedores acabam dando a vida pelos negócios. E desta forma fica difícil traçar estratégias, que demandam tempo e avaliações minuciosas. Mas orienta que os proprietários se esforcem para realizar esse planejamento.
O professor sugeriou ainda atenção à gestão de custo dos produtos que oferece, à definição de estratégia de preços competitivos e à divulgação dos itens para que as pessoas tenham conhecimento do negócio e do que é vendido. "E implantar ações de melhorias qualitativas no atendimento ao consumidor."
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