Enquanto o mundo se prepara para o funeral do Papa Francisco, marcado para o próximo sábado, religiosos e moradores da região narram experiências que tiveram com o Santo Padre e destacam bandeiras que defendeu durante sua trajetória, como a simplicidade (no evangelho) e a busca incessante pela paz.

Além de um legado de profundo amor e fraternidade, Dom Pedro Carlos Cipollini, bispo da Diocese de Santo André, enalteceu o empenho do papa contra as guerras, sempre buscando a paz entre os povos. “Temos visto tantos chefes de governo se armando, promovendo a guerra. Milhões gastos em fabricação de armas, enquanto o papa, chamando todos à paz, à justiça social, lembrava que em um ano sem guerra todo o dinheiro economizado acabaria com a fome do mundo”, disse.

Dom Pedro lembrou que encontrou o Papa Francisco certa vez e pediu uma bênção para o Grande ABC, e ele abençoou a diocese da região. “Conhecia nossa realidade, esteve no Brasil em 2007, ficou mais de 20 dias em Aparecida e conheceu um pouco de nossa realidade. Foi um grande papa”, afirmou.

Argentino de nascimento, mas há mais de duas décadas no Grande ABC, Guilhermo Daniel Michelletti, vigário da paróquia da Santíssima Virgem, em São Bernardo, disse que o que mais chamou sua atenção no papado de Francisco era sempre colocar foco no evangelho e simplificar as coisas. “Ele (Francisco) dizia: ‘temos que ser criativos a partir de Jesus para coisas novas’. Ajudou muito no campo da catequese e evangelização, sempre com simplicidade e bondade”, lembrou. O vigário disse que teve a chance de se aproximar do papa em duas oportunidades, em congressos realizados em Roma.

O Santo Padre, ou ‘Bispo de Roma’, como preferia ser chamado, também marcou a vida de moradores da região que tiveram a oportunidade de vê-lo mais de perto, particularmente de dois jovens que participaram da Jornada Mundial da Juventude, em 2023, em Portugal.

Para o auxiliar administrativo Victor Hugo Gentile de Paula, 18, de São Bernardo, encontrar o papa durante a Jornada foi uma experiência que nunca mais vai esquecer. “Pude ver o Papa Francisco de pertinho, e mesmo já idoso, sempre foi carinhoso com todos ao seu redor, mostrando seu sorriso e olhar amoroso”, afirmou.

A estudante Júlia Krivcun Dantas, 19 anos, moradora de Santo André, conta que nunca imaginou que poderia chegar tão perto do papa. “Teve um dia em que fui para Belém, uma cidade próxima de Lisboa. Coincidentemente, ele estava passando por lá. Quando percebi, ele passou muito perto de mim. Eu fiquei completamente emocionada. Chorei na hora. Mas o mais marcante foi que não foi apenas ver uma pessoa famosa, foi algo espiritual. A presença dele é muito forte, me tocou profundamente.”