Ontem divulgamos: Do futebol à guerra, de Aristides Rocha; Na trilha de Pedra Branca, de Claudio Feldman; Prefeito Tortorello, de Edgar Nóbrega e Marcos Antonio Biffi; e Bairros paulistanos, de Levino Ponciano
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Na era digital, continuam a ser lançados livros de papel, aquele cheiro de tinta, o prazer de folhear e não de apalpar...
CINEMA
Cheid Jr. envia um segundo livro à Memória: “No tempo das matinês, emoções no cinema de bairro”, de Diamantino da Silva, Umberto Losso e Kendi Sakamoto (São Paulo, Editora Laços: 2007, 1º ed.).
A capa resume o conteúdo: vai ter bangue-bangue, e dos bons. Um retorno à infância e adolescência dos maduros de hoje, que trocavam gibis nas portas dos cinemas. Cinemas de ruas, que não existem mais – até as revistas em quadrinhos têm outra postura.
Escreve Kendi Sakamoto: “Os efeitos especiais pouco existiam e os dublês tinham que ser realmente bons, para nos proporcionar o máximo de autenticidade nas acrobacias que eles tinham que executar. E o crédito sempre ia para os mocinhos, mocinhas e bandidos”.
Havia o Cine Rivoli, na Avenida São João, em São Paulo; o Cine Alcazar, em Manaus; o Cine-Teatro Guarany, em Santos. E todas essas fachadas publicadas nas páginas iniciais de “No tempo das matinês” sugerem que o Grande ABC poderia seguir o exemplo, para que os nossos cinemas sejam documentados também.
Igualmente, os cartazes selecionados: “As vítimas adoráveis de uma paixão insana... Serão elas mulheres ou figuras de cera?”.
Livro folheado, parece um gibi. Tudo em preto-e-branco, de início, para um colorido encantador na segunda parte. Tom Mix, segunda-feira, no Pedro II.
E as histórias narradas: o ovo (em Santo André era o amendoim), o tabefe (olha a mão boba), comedores de pastéis.
Os seriados, Universal Pictures, os ídolos. E chega a televisão. As matinês foram ficando para a história.
Cheid Jr., se eu fosse você, manteria o “No tempo das matinês”, até para matar saudades do Cine Anchieta do “seo” Moisés.
CAPA 1 – Umberto Losso
CARICATURA
Fernandes em Preto e Branco (Santo André, Edição do Autor: 2024) é uma aula de como se cria e se desenha. Comprem um exemplar. Peça o autógrafo do Luiz Carlos Fernandes. E ganhem uma caricatura sua, do adquirente, junto à mensagem do nosso (graças a Deus!) colega de Redação.
Fala, Fernandes: “Eu sempre digo que o meu principal desafio não é o desenho, mas as cores: apesar de ser um palmeirense de carteirinha, meu daltonismo não me permite ver o verde qual ele é. Sem ajuda, confundo as folhas de uma árvore e a grama do campo de futebol com a cor ocre ou marrom”.
Ah, esse menino de Avaré! Neste novo livro, uma seleção que vai do Fidel da capa à Elis Regina mostrando os dentes. Por via das dúvidas, há uma pequena legenda para cada criação. Mas não é preciso. O traço de Fernandes é inconfundível.
Zélia Gattai e Jorge Amado, Monteiro Lobato, Adoniran Barbosa, Euclides da Cunha, Ziraldo, Eça de Queiroz...
Fala, Fernandes: “Sorte a minha que neste livro não precisei recorrer à minha esposa Sueli para não colorir nada errado”.
Cuidado desnecessário do nosso artista. Ganhamos o livro numa visita inesquecível ao ateliê de Fernandes, no bairro Silveira, em Santo André. Saboreamos do bolo por ele preparado (delícia!). Conhecemos seu acervo, também de lindas imagens coloridas.
Santo André do Céu, que artista mágico você tem. O Brasil e o mundo têm, pois Fernandes ora está em Portugal, na França, na Globo, em toda parte. Ele, seus desenhos, suas esculturas...
CAPA 2 – Fernandes (só pode)
FOTOGRAFIA
Imagens Portugal, de Augusto Coelho (São Paulo, Editora Intergraf: 2012).
O são-caetanense Augusto Coelho, neste livro belíssimo, fotografa, descreve e canta Portugal, dá uma aula de fotografia.
A começar pela seleção: o que escolher diante de tantas obras verdadeiramente primas?
Augusto ensina:
A escolha foi meramente pictórica.
Em sua maioria as fotografias não sofreram nenhum tipo de alteração, mas algumas foram compostas, ou seja, foram montadas com o único intuito de facilitar a visão como um todo, sem distorções.
Esta técnica consiste em se fazer fotografias seccionadas para depois, com certo número, compor uma panorâmica sem deformação de uma lente grande angular, por exemplo.
Não é uma aula de fotografia? Pois Augusto Coelho é professor. De teoria e prática. Ele clica com o aluno. Trata imagens perdidas transformando-as em delicadas paisagens. Como tantas que fez quando na Fundação Pró-Memória de São Caetano.
Ou muito nos enganamos, ou a cidade não está valorizando o seu filho tão competente e idealista.
CAPA 3 – Augusto Coelho (naturalmente)
PARANAPIACABA
Uma coisa é visitar este presépio do Alto da Serra, fazer uma reportagem, tirar umas fotos, eventualmente conversar com algum morador – se tanto – produzir um filme e nunca mais voltar.
Outra coisa é vivenciar Paranapiacaba, como o fez Júlio Abe, que ali morou.
“Do Alto da Serra à Paranapiacaba”, livro organizado por Vera Lúcia de Barros e Zélia Maria Paralego, com a contribuição de estudiosos como Elias Pereira da Silva e Adauto Gonçalves Rodrigues (Santo André, Uirá Editorial: 2021).
Este livro é tão autêntico como o nevoeiro desta vila ferroviária tão linda. É uma conjugação de artigos escritos e experimentos fotográficos, numa composição entre o ontem e o hoje.
As plantas das contracapas levam o leitor ao cotidiano passado da São Paulo Railway. Há, eventualmente, imagens clássicas, mas como não se deparar mais demoradamente com o flagrante da assistência comportada nas cadeiras do Lyra Serrano?
Ou com o abraço do povo em torno do antigo mercado, a salvá-lo? O sorvete de cambuci ali servido, no mercado recuperado, é um símbolo.
Zélia recorda dos “tomatinhos” pendurados representados pelas lâmpadas nos postes da sua infância.
“Espero que esta publicação contribua com a disseminação de afetos pela vila de Paranapiacaba”, diz, emocionado, Marco Moretto Neto, na apresentação do livro.
NOTA DA MEMÓRIA – Prezado Moretto, tenha certeza: este livro fala de perto aos nossos corações. E com que alegria ouvimos de você a mesma expectativa nossa, de que o sistema funicular, mais cedo ou mais tarde, tem totais condições de ser recuperado.
Zélia, Elias: obrigado pelo presente. E que os anjos digam Amém”.
CAPA 4 – Uirapuru Comunicação
DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Sábado, 22 de abril de 1995 – Edição 8994
MANCHETE – Sérgio Motta diz que o Brasil é uma esculhambação.
O ministro das Comunicações fez este desabafo ao comentar as críticas dirigidas ao andamento do processo de privatização do País pelo governo FHC.
PATRIMÔNIO – Reforma desordenada ameaça Paranapiacaba.
Reportagem: Irineu Masiero.
FUTEBOL – Pelo Grupo B-1 (A) do Campeonato Paulista: no Estádio Municipal de Mauá, Grêmio Mauaense 3, Linense 1 (de virada).
EM 22 DE ABRIL DE...
1745 - Criado o Bispado de São Paulo.
1925 – Do noticiário de “O São Bernardo”:
Após o falecimento de Vicente Rodrigues Vieira (em 9-3-1925), o Curandeiro Vicente, cessou por completo o movimento de veículos em São Caetano, apresentando-se deserta a estrada que conduz à sua antiga residência.
Os botequins, outrora apinhados de forasteiros, estão entregues às moscas, paralisando algum tanto outras casas comerciais.
O desaparecimento de São Vicente causou, igualmente, desvantagem a muitos desprotegidos da sorte, que encontravam nele um auxiliar nas suas necessidades.
MEMÓRIA – No ar, o Grande ABC.
MUNICÍPIOS BRASILEIROS
No Estado de São Paulo, hoje é o aniversário de Itanhaém
E mais: Alcinópolis e Laguna Carapã (MS), Montalvânia (MG) e Pinheiros (ES).
HOJE
Dia do Descobrimento (oficial) do Brasil
Dia Mundial da Terra
Dia da Comunidade Luso-Brasileira
Dia da Aviação de Caça da Força Expedicionária Brasileira.
Santo Caio
22 de abril
Iugoslavo. Papa entre 283 e 296.
Ilustração: Arquidiocese de São Paulo (divulgação)
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