Elementos importantes do líquido protegem o corpo, param o sangramento e renovam a pele
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Para entender por que sangramos, é preciso saber que a pele é formada por três camadas. A externa, chamada epiderme, não tem vasinhos sanguíneos que podem ser rompidos com machucados superficiais. A derme é a segunda, mais grossa e com vasos fininhos, por onde passa o sangue que nutre a pele com oxigênio. A mais profunda é a hipoderme, composta por células gordurosas que protegem os órgãos internos.
Quando nos cortamos e atingimos a derme, estouramos vasinhos e vemos o sangue sair, como se fosse um caninho furado. Se o machucado atinge a hipoderme, o sangramento pode ser maior e grave.
No sangue existem as plaquetas, componentes que fazem a coagulação (curativo natural que para o sangramento). Enquanto isso, as células de defesa começam a reconstruir a área danificada. Primeiro, surge a casquinha, que impede a entrada de bactérias. Às vezes, coça e dá vontade de arrancá-la, mas não pode, pois isso atrapalha a cicatrização. Com o tempo, surge uma pele nova no lugar. Se o corte for muito profundo, a que nascer ficará diferente da original, formando cicatriz.
Quando levamos batida forte no corpo, os vasinhos também se rompem e vazam por baixo da epiderme. No lugar, forma-se o hematoma. Dependendo do tamanho do machucado, pode levar dias ou semanas para o roxo sumir.
Ao cortar a pele deve-se lavar bem o local com água e sabão para evitar a entrada de micróbios e comprimir o corte, ajudando a parar o sangramento. Se for profundo, tem de ir ao hospital.
Organismo depende da substância
O sangue é composto por hemácias (que transportam oxigênio), leucócitos (combatem bactérias e vírus), plaquetas (realizam a coagulação) e plasma (carrega substâncias como nutrientes e hormônios). Ele ajuda a nutrir, proteger e fazer o organismo funcionar direito.
Ao sofrer acidente, pode ocorrer uma hemorragia externa – quando há sangramento intenso e visível – ou interna, nas camadas mais profundas do corpo, como nos órgãos. O último caso costuma ser o mais grave pela dificuldade de os médicos perceberem o problema rapidamente.
Se a hemorragia não for contida, a pessoa começa a ficar pálida, sonolenta, com anemia, manchas na pele e batimentos do coração bem acelerados. Dependendo da gravidade, pode morrer.
Quem perguntou?
Anna Beatriz Morais Andrade, 10 anos, de Santo André, quer entender por que a gente sangra quando se machuca. “Estava brincando com minha amiga de pega-pega quando ela caiu e ralou o joelho. Saiu muito sangue, e ela chorou bastante.” Anna Beatriz também já se feriu muitas vezes ao se divertir com colegas. “Machuquei perto da mão e precisei levar pontos.” A menina garante não se importar em ver sangue, mas acredita que é preciso ser corajoso para fazer Medicina.
Consultoria de Jefferson Alfredo de Barros, professor de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC.
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