Falha atribuída à Enel deixa garagens sem energia e empresas não pagam 175 ônibus
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A Mercedes-Benz admitiu prejuízo de R$ 300 milhões por conta do não pagamento de 175 ônibus elétricos comprados por três empresas da Capital. As informações são do portal Diário do Transporte.
O vice-presidente de negócios para ônibus da montadora, Walter Barbosa, informou que os veículos foram entregues às empresas Viação Metrópole Paulista, Sambaíba e MobiBrasil. Segundo Barbosa, o modelo de financiamento atual vincula o pagamento à operação efetiva dos ônibus, o que não ocorreu em sua totalidade devido à falta de infraestrutura de recarga nas garagens, cuja responsabilidade seria da concessionária de energia Enel.
“Esses ônibus foram produzidos no ano passado e parte neste ano, em janeiro e fevereiro. Fazem parte de uma programação que foi feita pelos nossos clientes de São Paulo, a pedido da prefeitura (da Capital), que solicita que esses ônibus sejam todos elétricos. Entregamos 175 veículos e ainda não conseguimos recebê-los, tendo em vista que o contrato, leva em conta que a subvenção (reembolso por parte do governo) seja realizada somente quando o projeto inteiro esteja concluído. Não apenas o chassi e a carroceria, mas também a infraestrutura da garagem. E como esses clientes não conseguiram a liberação da subvenção, a gente ainda não recebeu”, afirmou.
Barbosa, inclusive, propõe a abertura de diálogo junto ao governo da Capital e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvolvimento Econômico e Social). “Para ver como podemos melhorar esse contrato e tornar o projeto viável. Porque, caso contrário, é muito difícil assumir um custo financeiro hoje de quase R$ 3,5 milhões ao mês por não estar recebendo”, afirmou.
Uma das opções seria desvincular a produção do uso. “Outra seria a realização de um contrato fechado, mas com a fixação de multas. Se o fornecedor não entregou, a energia por exemplo, ele paga o custo financeiro dos demais que já forneceram”, exemplifica.
Barbosa disse não se tratar de um calote, visto que o modelo de contrato não permite que o pagamento seja realizado sem que a infraestrutura esteja pronta. O executivo afirma ainda que outras empresas do setor também enfrentam o problema. “Isso afeta todos os fornecedores de ônibus elétricos”, pontua.
OUTRO LADO
A Enel Distribuição São Paulo esclarece que entregou, desde 2024, infraestrutura com capacidade correspondente a 32,3 MW de energia, para atender 14 garagens. Atualmente, a companhia atua na execução de obras em outras 15 garagens, que seguem cronograma estabelecido em contrato com os operadores de ônibus. Cabe esclarecer que a obra de infraestrutura externa das garagens é realizada pela Enel, enquanto as obras internas são de responsabilidade dos operadores, ambas seguindo critérios regulatórios.
A concessionária reforça que cada caso exige um tempo diferente de instalação, dependendo da complexidade e tamanho do projeto. O contrato com as empresas é assinado após a apresentação de projeto e documentação necessários para a viabilidade da obra. Após toda a regularização por parte dos operadores, ocorre a assinatura do contrato.
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