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Fevereiro registra queda de 48% nas mortes no trânsito na região

Na comparação com fevereiro de 2024, quando ocorreram 16 óbitos, a redução foi de 25%; acidentes com motos ainda são predominantes

Tatiane Pamboukian
02/04/2025 | 08:59
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FOTO: Claudinei Plaza/DGABC

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O Grande ABC registrou, em fevereiro, uma queda de 48% no número de mortes em comparação com o mês anterior, de acordo com levantamento feito pelo Diário, com base nos dados do InfoSiga, sistema de monitoramento do governo estadual gerenciado pelo Detran-SP (Departamento de Trânsito de São Paulo). Foram 12 mortes em fevereiro contra 23 em janeiro. Na comparação com fevereiro de 2024, quando ocorreram 16 óbitos, a queda foi de 25%.

Em comparação com o número de acidentes, verifica-se que a mortalidade também caiu pela metade. Em fevereiro, foram 461 acidentes, no total, que resultaram nas 12 vítimas fatais. Já em janeiro o número de acidentes foi próximo, com 482 registros, mas que resultaram em praticamente o dobro de mortes (23). 

São Bernardo e Mauá lideram o ranking de fevereiro deste ano com três mortes cada. Santo André registrou duas vítimas fatais, enquanto as demais cidades - São Caetano, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra - tiveram uma morte cada. 

MOTOCICLISTAS

Mais uma vez, os motociclistas são predominantes entre as vítimas fatais. Foram cinco mortes, do total de 12, ou seja, 41%. As demais mortes ocorreram com pedestres (4) e com pessoas em automóveis (3). 

A porcentagem é semelhante à apresentada no mesmo período do ano passado, quando 44% das mortes registradas ocorreram em acidentes com motocicletas - foram 16 mortes no total e sete com motociclistas. As demais mortes foram com pedestres (4), automóveis (3), caminhão (1) e bicicleta (1). 

O professor da FECFAU-Unicamp (Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas), Creso de Franco Peixoto, diz que a predominância de motociclistas entre as vítimas fatais se deve por diversos fatores, como a própria fragilidade do meio de transporte, a imprudência dos motociclistas e a dificuldade dos veículos de quatro rodas conviverem com as motos no trânsito. 

“Há uma cultura da velocidade e falta fiscalização. Não há necessidade de andar em velocidades superiores às permitidas, mas, geralmente, os motociclistas acham que a média de velocidade é muito baixa e aceleram demais”, destaca. “A convivência entre motocicletas, automóveis, caminhões e ônibus tem piorado a cada dia. A falta de compreensão e campanhas para o que chamo de amizades viárias. A moto precisa ser amiga do carro, do caminhão e do ônibus. Temos que diminuir as divergências para que todos possam usar o espaço viário”, avalia. 

O especialista destaca o comportamento arriscado de muitos motociclistas e o perigo de comercializar este tipo transporte comercial. “Vemos hoje motociclistas cruzando semáforo vermelho quando tem grande fluxo, ou então costurando no trânsito, zanzando em torno nos carros com muita aceleração lateral. Esse tipo de movimento irregular é prenúncio de um acidente fatal. A motocicleta não é um veículo que deveria entrar para o transporte público. Mototáxi é um grande erro porque a moto não tem estrutura para isso”, afirma. 




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