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Os ‘pés vermelhos’ que construiram a fama da ‘Pérola da Serra’

A tradição das olarias e a cor da terra deram identidade aos moradores

Da Redação
19/03/2025 | 09:47
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FOTO: Acervo/Ademar Bertoldo, da Rádio Pérola da Serra

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Como olaria era uma indústria artesanal de toda a região, certamente havia uma relação entre os oleiros de Ribeirão Pires com os de Rio Grande (da Serra), Mauá, Santo André, São Bernardo e São Caetano.

Ainda hoje os antigos de São Caetano são chamados de oleiros, pelo elevado número de olarias na cidade, assim como os de São Bernardo são batateiros e os de Santo André ceboleiros.

Já os de Ribeirão Pires, ‘pés vermelhos’, numa relação direta com os terrenos das olarias, ardentes como brasa.

NOVA INDÚSTRIA

A excelência do solo criou a indústria oleira em Ribeirão Pires; a quantidade de pedreiras, a indústria da pedra, que pavimentou grandes avenidas em São Paulo; a vegetação, fauna e água de qualidade deram ao município o título de ‘Pérola da Serra’.

A Água Mineral Pilar preserva antigo nome da cidade, em honra à Nossa Senhora do Pilar. Ao redor das nascentes foi criado um hotel de alto nível. Aqui fica o bairro Pilar Velho, cortado pelo Rodoanel.

No Pilar Velho localiza-se a capela do Pilar. É o mais antigo templo religioso original do Grande ABC, datado do início do século XVIII, conforme pesquisa do historiador Wanderley dos Santos.

HISTÓRIA OFICIAL

Sob influência da Igreja Católica, Ribeirão Pires opta pelo 19 de março, dia do padroeiro São José, para comemorar o aniversário de autonomia. A exemplo de Mauá, também se reporta a 1º de janeiro de 1954, data em que recebe os foros de município.

HISTÓRIA DOCUMENTADA

Ribeirão Pires nasce ao redor da capela do Pilar Velho, de 1714, data também reconhecida pelo Poder Público local. 

Foi elevado a distrito de paz em 22 de junho de 1896, com abrangência sobre a linha entre Pilar (Mauá) e Alto da Serra (Paranapiacaba). Pertencia, então, ao Município de São Bernardo. Separa-se de Santo André através do plebiscito da autonomia realizado em 22 de novembro de 1953.

VIROU MEMÓRIA

A produção de tijolos não existe mais em Ribeirão Pires. Há resquícios de algumas olarias, em pontos mais afastados. A memória oleira resiste graças aos memorialistas da cidade.

Joel Masiero deu início a um inventário, chamado ‘Álbum de Tijolos’. Pedro Cordeiro prosseguiu e e criou um verdadeiro museu com marcas do artefato depositados no clube Olaria de Ribeirão Pires.

Além de modelos de tijolos, o museu guarda formas de fabricação, réplicas de fornos, fotografias e histórias do setor, como a olaria de um batateiro em Ribeirão Pires.

A história é narrada por Pedro Cordeiro:

- É isto mesmo, Ribeirão Pires tinha uma olaria que pertencia a um morador de São Bernardo.

- Quem era? Era o senhor Zanon. Atilio Zanon. Tinha olaria ali para os lados da baixada da Vila Suíça, perto da atual indústria de móveis Bonatto. 

- As iniciais marcadas no tijolo deveriam ser: A Z

Era casado com Alexandrina Angeli, carinhosamente chamada Nina.




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