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Péricles: ‘Meu coração está no Grande ABC, não saiu e não sairá’
Ryan Leme
Especial para o Diário
16/12/2024 | 08:36
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FOTO: Divulgação

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Péricles, um dos maiores nomes do pagode brasileiro, é natural de Santo André e carrega consigo a essência do Grande ABC que, segundo ele, o inspirou a entrar no mundo da música. Com quase quatro décadas de carreira, ele se destacou tanto na trajetória solo, que completará 13 anos em 2025, quanto como integrante do lendário Exaltasamba. No dia 1° de janeiro de 2025, o cantor fará uma apresentação na região após dois anos. O show, patrocinado pelo Diário, será no Paço Municipal de São Bernardo, com entrada mediante a doação de 1 kg de alimento. Péricles promete cantar clássicos de sua carreira e lançamentos recentes.

Nome: Péricles Faria
Aniversário: 22 de junho
Onde nasceu: Santo André
Onde mora: São Bernardo
Formação: 2º Grau
Um lugar: Salvador, na Bahia
Time do coração: Corinthians
Alguém que admira: Mãe (Célia deFaria). filha (Maria Helena) e esposa (Lidiane Faria)
Um livro: Escravidão, trilogia de Laurentino Gomes
Uma música: Lucidez, de Cléber Augusto e Jorge Aragão
Um filme: A Cabana (2017), dirigido por Stuart Hazeldine

Seu último show no Grande ABC aconteceu em 2022. Já no ano passado, o Senhor iria se apresentar em São Bernardo. Como é voltar a performar na região, onde nasceu e cresceu, depois desse tempo?

Eu estou muito feliz, porque o meu sentimento é de espalhar muita energia positiva, plantar uma semente de amor e de esperança no coração das pessoas, isso durante todo o ano. No dia 1º de janeiro, é uma data muito significativa para todos nós. Para mim, a relevância torna-se maior justamente por isso: amar a atmosfera de muito amor, muito carinho e muita esperança para esse próximo ano que a gente espera que seja maravilhoso em todos os sentidos.

O que o público pode esperar para esse show no primeiro dia de 2025? 

O público presente pode esperar, da nossa parte, muita animação e vontade de fazer uma grande festa. O nosso show é uma grande mistura dos clássicos, tanto da minha trajetória solo – que completará 13 anos em abril do próximo ano – quanto de tudo que eu vivi, sou e aprendi em um grupo chamado Exaltasamba, oriundo de São Bernardo. Então, eu creio que será um daqueles dias e uma daquelas apresentações que a gente jamais vai esquecer e que marcará a memória tanto de quem está em cima do palco, quanto do público.

Natural de Santo André, o senhor ainda mantém nos dias de hoje alguns dos laços feitos com o Grande ABC ao longo do tempo?

Eu Sou nascido em Santo André, moro no (Grande) ABC, e minha vida é dentro da região. Eu percorro todas as ruas e lugares da região, meu coração está no Grande ABC, não saiu e não sairá.

Durante sua trajetória, a região lhe inspirou de alguma forma a entrar para o mundo artístico? Durante sua juventude vivendo no Grande ABC, como enxergava a relação das pessoas locais com a arte e a música?

Eu fui entender a relação do Grande ABC com a música durante a minha adolescência em Santo André, compreendendo quem eram os expoentes, quais eram as pessoas que faziam com que sua música chegasse mais longe. Conheci vários dos grandes expoentes, não só na música, mas também nas artes em geral e também nos esportes, todos levando o nome do Grande ABC para o resto do mundo. 

Acredita que, assim como o senhor anteriormente, alguns jovens da região também foram e são atualmente influenciados pela sua música e carreira para transformar suas vidas?

A todos os expoentes da região que um dia me inspiraram, deixo minha imensa gratidão, porque eles abriram várias das portas para que pudéssemos chegar mais longe. Acredito que eu me tornei, além de um jovem salvo pela música, um exemplo para outros tantos que seguem pelo mesmo caminho. Por isso, estou muito feliz em ser mais um daqueles que hoje levam o nome do (Grande) ABC por todo o mundo.

Antes de se tornar um dos maiores artistas de pagode do País, o senhor teve um passado em que foi um praticante de vôlei em São Bernardo. Como foi este período do Péricles atleta?

Eu joguei em São Bernardo, no Volkswagen Clube, e também no Esporte Clube São Bernardo durante anos. Joguei por esses dois times e aprendi muito neste período. Tenho boas relações e grandes amigos que trouxe do vôlei, amigos que estão na minha vida até hoje. Tenho também muitas lembranças boas dessa época, que serviu para me preparar para ser o cidadão que sabe que pertence a algo. Assim como alguém pertence a um time, pertence a algo muito maior. Guardarei para sempre isso no meu coração.

Falando um pouco da sua família, como é ver um de seus filhos, o Lucas Morato, seguir os passos do pai e começar a trilhar seu caminho na música?

Eu tenho dois filhos. O Lucas Morato, meu filho mais velho, que hoje já é casado, e uma filha, a Maria Helena, que completará 5 anos em janeiro de 2025. Ver os dois, de alguma forma, seguindo os passos na música é uma felicidade muito grande para mim. Mas, para qualquer pai, ver seus filhos buscando um caminho de retidão, de felicidade, praticando coisas que os fazem felizes, sempre será uma alegria imensa. Eu sou muito feliz e orgulhoso em vê-los trilhando um bom caminho. E, sendo o caminho da música, é melhor ainda, porque é algo que conheço um pouco melhor do que eles.

Além do show em São Bernardo, sua agenda de 2025 também conta com a terceira edição do Pagode do Pericão, que traz alguns convidados especiais. Qual é a sensação de dividir palco novamente com artistas e amigos?

Esse show de São Bernardo vai abrir o ano de 2025, e eu conto com todos os meus fãs e com as pessoas que me acompanham, principalmente agora para o dia 25 de janeiro, que está chegando. No Pagode do Pericão, teremos como convidados Maria Rita, Thiaguinho e Seu Jorge. Eu espero que seja um evento perfeito, porque são grandes artistas cantando diretamente ao coração do nosso público, formando uma grande roda de samba, que é o projeto Pagode do Pericão. Vamos cantar sambas, celebrar alegrias, extravasar emoções. Dividir o palco com Thiaguinho, para mim, é fácil, já que ensaiamos juntos há quase 20 anos. Com Seu Jorge e Maria Rita, também já tive a oportunidade de estar em outros palcos. Vai ser muito legal, uma experiência muito válida, que convido todo mundo a participar com a gente.

Com quase quatro décadas de carreira, a rotina de viagens e shows se torna cansativa. Os fãs podem contar com o Péricles no palco por muitos anos a mais?

A rotina de viagens e shows é maravilhosa. Eu amo o que faço, não posso reclamar. Creio e espero que Deus me dê muita saúde para continuar por mais bastante tempo nos palcos, alegrando e trocando energias com o público durante as apresentações, com as pessoas que nos amam.

Quando está fora dos palcos, que tipo de música costuma consumir? Quais são os artistas que o senhor mais escuta no momento?

Eu ouço sempre de tudo um pouquinho, não tenho nenhuma barreira musical. Estou sempre ouvindo de tudo. É claro, nessa época antes do Carnaval, fico ligado nas músicas do momento e nos sambas de enredo dos desfiles das escolas de samba, para saber quais são as tendências que virão neste período. Estou sempre de olho, sempre ouvindo e procurando saber o que está acontecendo, independente do segmento e gênero.

Seu último álbum, o Calendário, lançado em 2023, conta com características diferentes de outras fases de sua carreira. O senhor. enxerga uma necessidade de se adaptar a um novo estilo de samba e público?

Calendário mostra realmente o que eu quero para o meu som, sempre buscando novas experiências, sonoridades e maneiras de me adequar ao que o público espera de mim. Sempre busco uma nova forma de fazer samba, uma maneira de alcançar o público, tanto os mais jovens quanto aqueles que me acompanham ao longo de toda a minha carreira.

Como enxerga a nova geração do pagode? Há algum artista dessa nova safra com quem tenha uma relação de amizade? Existe uma vontade de fazer músicas em colaboração com algum deles que ainda não aconteceu?

Eu tenho grandes amigos no samba de ontem, de hoje e de amanhã. Gosto muito deles e tenho uma relação muito próxima com vários. Muitos deles colaboram com o repertório do meu disco, e eu também colaboro para o deles. Gosto demais de dividir e compartilhar experiências com todos eles, sem exceção. Tem muita gente boa, e eu não citaria o nome de um só, mas há muitos artistas com os quais troco experiências, e tem dado certo. Quem ganha com isso é o grande público, é claro.

Como andam os projetos futuros? Algum lançamento já está em produção?

O maior projeto no qual estamos nos dedicando neste momento é o Pagode do Pericão, levando esse pagode por todo o País. São 12 capitais ao todo, e estamos muito felizes com a repercussão desse trabalho. Recentemente, estivemos em Vitória, no Espírito Santo, e foi maravilhoso. O maior público que tivemos até agora foi em Salvador, com quase 35 mil pessoas na Arena Fonte Nova. Eu quero muito que todos venham curtir com a gente, não só o Pagode do Pericão, mas também todos os projetos futuros que vêm por aí.

Com a chegada de 2025, sempre fica a expectativa para o Carnaval. Já tem algo planejado para este período?

Antes do Carnaval, nós temos uma festa que posso dizer que é fechada para os nossos fãs, que é o Pericão Folia, uma semana antes do Carnaval. Mas, no Carnaval, estaremos em vários lugares: em Salvador, no Rio de Janeiro, em São Paulo e por todo o País, levando a nossa música.




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