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Apenas 30% do público-alvo se vacinou contra a gripe na região

Campanha de imunização foi ampliada neste mês para toda população acima de 6 meses; meta é imunizar 90% do grupo prioritário

Thainá Lana
07/05/2024 | 08:15
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FOTO: Celso Luiz/DGABC


Em 42 dias da 26° Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, apenas 30% do público-alvo se vacinou contra a gripe nos municípios do Grande ABC. Até ontem, 310.830 pessoas, do total de 1 milhão de moradores que pertencem a grupos prioritários, como idosos, gestantes, trabalhadores de saúde e outros públicos, receberam o imunizante.

Proporcionalmente, São Bernardo foi o município da região com maior número de doses aplicadas, com 96.680. Porém, Diadema possui a maior cobertura vacinal da população, com 37,89% do público-alvo protegido contra a gripe. O menor indicador está em Rio Grande da Serra, que vacinou apenas 16,28% da população estimada.

Segundo dados do Demas (Departamento de Monitoramento, Avaliação e Disseminação de Informações Estratégicas em Saúde), plataforma do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal no Estado está em 29% e no País em 28,9% - a meta é imunizar 90% do público-alvo.

A campanha contra Influenza na região começou mais cedo neste ano, em 25 de março - anualmente a imunização é realizada entre os meses de abril e maio, antes do inverno, período em que as doenças respiratórias são mais comuns. A antecipação no calendário vacinal ocorreu por recomendação do governo federal devido ao aumento da circulação do vírus no País.

Como estratégia para ampliar a adesão, a vacinação contra a Influenza foi expandida para toda população acima de 6 meses no início do mês. Todas as unidades de saúde de toda região já estão aplicando o imunizante na faixa-etária estipulada. Para se vacinar basta levar documento com foto e carteirinha de vacinação e não é necessário realizar agendamento.

BAIXA ADESÃO

José Ribamar Branco, infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente), explicou que a atual cobertura na região é muito baixa, em especial para o grupo de risco. A pouca procura, segundo ele, está relacionada ao movimento antivacina, oposição mais ou menos organizada à vacinação pública que ganhou força durante a campanha de imunização contra a Covid-19.

“As pessoas hoje estão com certa desconfiança em relação à vacinação sem nenhum fundamento científico, apenas fake news, que muitos políticos utilizam como discurso, e isso amplia o dilema. Atualmente, o maior desafio da saúde pública no Brasil, e no mundo, é vencer essa campanha, que tem impactado na cobertura vacinal de diversas outras doenças como Covid-19, Influenza e até na carteirinha básica de vacinação da criança, algo que contribuiu para volta de doenças já erradicadas, como o sarampo, por exemplo”, explicou o infectologista.

Ribamar reforçou ainda a importância de toda a população se vacinar agora que a campanha foi ampliada, pois isso ajuda também a proteger pessoas em grupos de risco que não receberam o fármaco, por mais que a recomendação seja que as pessoas de grupos prioritários recebam o imunizante.

“Principalmente para evitar a evolução para casos graves e até de mortalidade. Um idoso que fica com seu neto, caso esteja infectado, não poderá ficar mais perto da criança. Nós só vencemos a Covid-19 por conta da vacinação, não podemos esquecer disso”, pontuou o infectologista.

Entre os principais sintomas da Influenza está febre, dor de garganta, tosse, coriza, congestão nasal, dor no corpo e de cabeça. Ribamar orienta que após três dias de sintomas é indicado procurar uma unidade de saúde para fazer os exames e iniciar o tratamento.




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