Problema crônico no bairro ocorre há pelo menos 20 anos e munícipes cobram providências da Prefeitura; água da chuva ultrapassa um metro de altura
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Céu escuro, nuvens carregadas e ameaça de chuva. Essas condições climáticas são motivo de extrema preocupação para os moradores do bairro Pauliceia, em São Bernardo. Há pelo menos 20 anos, os munícipes sofrem com constantes enchentes no local, e precisam enfrentar as severas consequências do acúmulo de água das chuvas, que chega a ultrapassar um metro de altura nas ruas Xavier de Toledo e Júlio de Mesquita.
Os munícipes listam diversos problemas e prejuízos por conta das inundações nas vias – a última ocorreu no dia 23 de dezembro do ano passado. “Já perdi muitos móveis da minha casa. Gastei mais de R$ 5.000 para colocar uma comporta no portão para tentar barrar a água da chuva. Sem contar a apreensão que todos os vizinhos ficam quando começa a chover, porque sabemos que irá encher tudo. Não podemos sair de casa em paz”, desabafou a moradora Domingas Judith dos Santos Pires, 74, que mora há 20 anos no local.
O aposentado José Sebastião Domingues, 68, diz que além dos prejuízos financeiros, os moradores ficam ilhados e não conseguem sair do local até a água baixar por completo. “Pagamos um IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) muito caro para não ter nenhuma assistência da Prefeitura em relação ao problema que ocorre aqui. Estamos presos e rendidos à enchente, é revoltante”, disse.
Moradora há 50 anos do local, Maria Helena Teixeira Lima, 72, contou que a maior preocupação da vizinhança é em relação a possíveis infecções por conta da água contaminada que transborda do córrego Curral Grande, localizado no corredor ABD, divisa entre São Bernardo e Diadema.
“Quando a água baixa, fica muito lixo nas vias, e um cheiro insuportável de fezes. Sempre precisamos ligar para Prefeitura para que um caminhão venha fazer a limpeza, senão fica tudo sujo”.
Os moradores cobram medidas de combate às enchentes do Paço, que, segundo eles, durante os anos não têm prestado assistência às famílias. Os munícipes afirmam que há seis anos, a administração são-bernardense instalou no local uma piscininha e um equipamento que supostamente deveria fazer a drenagem da água das vias para o córrego Curral Grande.
“Não tem lógica nenhuma esse sistema de drenagem, porque com as chuvas o rio transborda para as ruas ao entorno, então como essa água vai ser bombeada para o córrego cheio? Essa obra só gastou dinheiro público e não teve nenhuma efetividade”, explicou a moradora Francisca Gonçalves da Silva, 60, conhecida como Vânia, que precisou instalar comportas e borrachas nos vãos do portão para tentar evitar a entrada de água na residência.
Além desse sistema de drenagem, há 1,4 km das ruas Xavier de Toledo e Júlio de Mesquita está localizado o Piscinão da Pauliceia, que tem capacidade para armazenar cerca de 380 mil metros cúbicos de água.
Questionada sobre o assunto, a Prefeitura de São Bernardo não informou quais medidas são realizadas para prevenir e combater as inundações no bairro Pauliceia, e nem explicou sobre a efetividade e funcionamento do sistema de drenagem instalado no local.
A gestão de Orlando Morando (PSDB) também não revelou a frequência de limpeza e de monitoramento nos endereços citados.
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