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Mais de 41 mil participantes Candidato não conseguiu fazer o exame em Santo André por falta de documento; algumas escolas precisaram de gerador para funcionar
Celso Luiz/DGABC
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A ansiedade para o primeiro dia de prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) tomou conta dos candidatos e dos familiares durante a abertura dos portões da Centro Universitário Fundação Santo André, um dos polos de aplicação da prova no Grande ABC. Os últimos dez minutos antes das 13h foram marcados por correria e até chinelo perdido. Mesmo com os prejuízos causados pelas chuvas na sexta-feira, todas as escolas participantes do tiveram energia elétrica, seja por conexão à rede da distribuidora ou por geradores, segundo a Enel. Ao todo, 41.561 pessoas da região se candidataram neste ano. A próxima prova será dia 12.
"Ter participado antes como treineira me ajudou a ter ideia de como funciona a prova. Ainda sim, estou bem nervosa. Não saber o tema da redação causa mais insegurança. Acho que será sobre arquitetura hostil ou etarismo (preconceito de idade)”, disse a estudante Giovana Ferreira, 18, do Bairro Val Paraíso, que sonha cursar fonoaudiologia – o assunto abordado na dissertação foi sobre “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.
A professora Miriam do Santos, 58, saiu de casa com o filho Cláudio dos Santos, 18, por volta das 10h para pegar o ônibus até o local da prova. O jovem deseja cursar Economia, na UFABC (Universidade Federal do ABC). “Gosto de acompanhar porque valorizo muito o estudo. Vou ficar aqui (na Fundação) até às 19h (horário limite para entregar a prova) esperando ele. Falei para o Cláudio gastar todo o tempo que fosse necessário. Não vou para casa sem ele”, relatou a moradora da Vila Pires.
Até mesmo o trânsito no entorno da Fundação Santo André foi favorável aos participantes, diferentemente do que aconteceu em locais de aplicação próximos à Avenida Edson Danilo Dotto, por exemplo, que teve congestionamento pela manhã. Na correria, um candidato perdeu os chinelos e correu de meia até o prédio onde faria o exame. Preocupado, um monitor foi atrás do candidato com os calçados que ficaram para trás.
O estudante Luiz dos Santos, 17, até conseguiu entrar no prédio para fazer o Enem, mas, dez minutos após os portões fecharem, ele deixou o local acompanhado de um monitor. “Tive um problema com o meu RG e o documento digital não está aprovado no aplicativo ainda. Trouxe uma cópia (não autenticada), mas eles não aceitaram e não pude fazer a prova. Estou bem triste, mas, pelo menos, já fui aceito na Fundação Santo André no curso que quero, de Análise de Desenvolvimento de Sistemas”, conta o morador do Parque São Lourenço, em São Mateus, que demorou um hora e 20 minutos para chegar ao local de prova.
A frustração de perder a prova ou de achar que não se saiu tão bem no primeiro dia não deve desestimular a trajetória do estudante. “Temos que nos responsabilizar pelo que aconteceu, sem nos culpar. Assim, conseguimos melhorar da próxima vez”, afirma a psicopedagoga Thainá de Almeida, do cursinho NOC Educação. “Um único dia de prova não define se você vai passar ou não no curso que deseja. O número de acertos não determinam 100% a nota, mas sim o TRI (Teoria de Resposta ao Item)."
Os participantes não devem desanimar. É necessário fazer os dois dias do exame.” O TRI do Enem nivela as questões em fácil, médio e difícil. Assim, a nota não é baseada apenas em número de erros e acertos, mas sim no nível de complexidade de cada pergunta que o candidato assinalou corretamente.
BRASIL
O primeiro dia do Enem em todo o Brasil registrou abstenção de 28,1%. Tinham se inscrito na prova 3,9 milhões de candidatos. Os dados foram divulgados pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e pelo presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Manuel Palácios. Maior abstenção foi em Roraima, com 31,5%. Em São Paulo, foi de 26,8%. Quinze pessoas foram presas. Polícia Federal investiga vazamento do tema da redação.
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