Política Titulo Por descumprimento de regras
Ministério Público apura operação da Suzantur em Ribeirão

Vereadora acionou Procuradoria-Geral pelo fato de empresa descumprir uma série de regras estabelecidas no contrato

Artur Rodrigues
25/10/2023 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC

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O Ministério Público do Estado de São Paulo recebeu representação para apurar os motivos pelos quais a empresa Suzantur, que opera o transporte público de Ribeirão Pires após adquirir a Rigras, descumpre regra do contrato assinado em 2004 para colocar na rua 48 coletivos.

Representação feita pela vereadora Márcia Coletivo de Mulheres (PT) leva em consideração uma série de levantamentos feitos pelo seu gabinete. A empresa tem sido alvo de constantes reclamações por parte dos usuários em razão da diminuição da frota de ônibus – a petista, porém, não tem dados de quantos ônibus rodam. 

A operação foi reduzida em março de 2020 devido à pandemia de Covid-19. Em alguns bairros, a frota chegou a ser interrompida e colocada em outro percurso. Segundo Márcia, a representação tem como base o descaso por parte da empresa de transporte coletivo municipal em relação à insatisfação demonstrada por usuários em seu gabinete. 

“Nossa preocupação é que as famílias passem a dispor de um tipo de transporte mais caro para poder suprir a lacuna deixada até aqui pelo transporte público municipal, por descuido e desatenção do poder público”, comentou a parlamentar. 

Entre outros pontos levantados pela petista está a utilização de ônibus em atividade na frota com idade superior a seis anos, o que infringe os termos contratuais com a empresa. De acordo com levantamento feito pela vereadora, há dez veículos circulando em Ribeirão que já ultrapassaram o tempo de uso limite estipulado pelo contrato. 

“O contrato e toda a relação entre concedente e concessionária precisam ser feitas de modo transparente”, disse a vereadora. 

As reclamações sobre o serviço prestado pela concessionária se intensificaram após a flexibilização das atividades na reta final da pandemia. Em maio de 2021, o então sócio-proprietário da Suzantur, Claudinei Brogliato, foi convocado à Câmara para prestar esclarecimentos sobre a redução da frota de ônibus no município. Na ocasião, ele usou as restrições ocasionadas pela pandemia para justificar a diminuição. No entanto, decreto assinado em 7 de outubro de 2021 pelo então prefeito Clóvis Volpi (à época no PL, encaminhado ao PSD) regulamentou o retorno das atividades econômicas, sociais, administrativas e religiosas com até 100% de sua ocupação. 

Em nota enviada ao Diário, a Prefeitura, hoje comandada por Guto Volpi (PL), informou que “em relação à operação da frota, a concessionária apresentou à Prefeitura dados que demonstram que a quantidade de pessoas transportadas diariamente em linhas municipais se mantém abaixo do volume registrado antes da pandemia de Covid-19. Naquele período, a média de transporte era de 25 mil passageiros por dia. Em setembro deste ano, por exemplo, relatório apresentado pela concessionária indica que o número de usuários foi de 20.810 por dia, o que representa 80% do volume previsto por contrato celebrado antes da pandemia”. 

A Suzantur adquiriu a Rigras em 2021, mas só assumiu a operação da frota em junho deste ano. A empresa também é investigada pelo MP por sua atuação em Mauá. 




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