Time completa no dia 31 deste mês 20 anos do vice-campeonato da maior competição da América do Sul, enquanto parte social perde sede
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No dia 31 de julho de 2002, o Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, em São Paulo, estava lotado. No fim da partida entre São Caetano e Olímpia (PAR) a torcida na arquibancada ficou apreensiva. Os olhares do Grande ABC e de todo País estavam em uma disputa de pênaltis na final da maior competição da América do Sul, a Taça Libertadores. O zagueiro Serginho caminhou, ajeitou a bola, respirou fundo, bateu de esquerda e mandou a bola por cima do gol. Na sequência, Mauro Caballero fez o gol que deu ao time paraguaio o título de campeão, e o São Caetano amargava a segunda colocação no torneio.
Adhemar Neto, um dos destaques do time do São Caetano, afirmou em entrevista que aquele grupo era unido e a administração da equipe fez um planjemaneto de longo prazo.
“Existia a família Felipão (na Copa do Mundo de 2002) e no São Caetano existia a família Azulão. Foi um meteoro aquele time. Não sei se terá outro (no Brasil)”, afirmou o ex-atleta. O São Caetano acumulou ainda dois vices nacionais: Copa João Havelange e Campeonato Brasileiro, em 2000 e 2001, respectivamente.
Torcida e jogadores gostariam que os títulos perdidos fossem o maiores problemas da história do clube do Grande ABC. Mas as últimas duas décadas mostraram o que ninguém imaginaria naquele começo dos anos 2000: a situação piorou. O último grande feito do São Caetano foi o título do Campeonato Paulista de 2004.
DECLÍNIO
Dentro de campo, o São Caetano acumulou rebaixamentos. A última participação do Campeonato Brasileiro foi na série D, em 2020. Na elite do nacional, 2006.
Fora das quatro linhas, a situação continua difícil. Em junho deste ano, o atual presidente do time, Manoel Sabino Neto, foi preso em uma operação da Polícia Civil que investiga um grupo por suposto esquema de lavagem de dinheiro com atuação no comércio popular do Brás, bairro da Capital. Neto é acusado de ser um dos comandantes da quadrilha. A defesa do presidente do Azulão diz que a prisão foi indevida.
Todo dinheiro movimentado pelo empresário é declarado, afirmam defensores.
Quando assumiu o São Caetano, o time foi dividido. Hoje, Neto administra o time, enquanto a Associação Desportiva São Caetano, o social, está sob o comando de Nairo Ferreira de Souza.
A AD São Caetano, desde ontem, está sendo despejada por decisão judicial do prédio que permaneceu desde 1992.
De acordo com um funcionário da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, a retirada dos pertences do clube deve ser concluída hoje. A fachada com o nome de AD São Caetano foi alterada para Prefeitura de São Caetano para Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude há duas semanas. O Poder Executivo tentava reintegração de posse da área desde 2009, depois de o TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) entender que prefeituras não devem ceder espaços públicos para clubes.
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