Economia Titulo Oportunidade
Número de empregados no País é o maior em sete anos

Índice divulgado por IBGE mostra que porcentagem de pessoas atrás de colocação caiu a um dígito no segundo trimestre

Beatriz Mirelle
Especial para o Diário
01/07/2022 | 08:37
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Claudinei Plaza/DGABC

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O índice de desemprego desacelerou e fechou em 9,8% no trimestre encerrado em maio. É o melhor resultado desde o mesmo período de 2015, que teve taxa de 8,3%, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em contrapartida, o rendimento da população caiu, com média de R$ 2.613 – o que indica queda de 7,2% no comparativo entre março e maio de 2021. É a primeira vez em sete anos que o número de pessoas sem emprego reduz para um dígito.

São cerca de 10,6 milhões de pessoas sem emprego no Brasil. O total é expressivo, mas aponta queda de 11,5% em relação ao trimestre anterior. Estima-se que 1,4 milhão de pessoas conseguiram ocupação neste intervalo. Na comparação anual, isso representa recuo de 30,2% (menos 4,6 milhões de pessoas desocupadas). O pior índice registrado desde o início da pandemia de Covid-19 foi entre junho e agosto de 2020 (14,8%).

De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, os resultados da Pnad Contínua sugerem uma restauração dos prejuízos causados pela crise sanitária, destacando o contingente de trabalhadores com carteira assinada. “Trata-se de um processo de recuperação das perdas que ocorreram em 2020, com gradativa recuperação ao longo de 2021. No início de 2022, houve uma certa estabilidade da população ocupada, que retoma agora sua expansão em diversas atividades econômicas.”

Rodrigo Leite, professor de Finanças e Controle Gerencial do Coppead/UFRJ (Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro), afirma que o recuo tem relação com o leve crescimento de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) no 1º trimestre. “É um acréscimo abaixo do esperado, mas já movimenta a geração de empregos. As vagas disponíveis também estão apresentando salários menores. Somado à inflação, isso diminui o poder de compra do brasileiro porque os itens no geral estão mais caras.”

Em maio, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), considerado a inflação oficial, acumulou alta de 4,29% em 2022. No trimestre que terminou em maio foi registrado que cerca de 35,6 milhões de pessoas estão com carteira assinada no setor privado, sem considerar trabalhadores domésticos.

Em comparação ao período anterior, teve alta de 2,8%, apresentando mais 981 mil trabalhadores. O índice de informalidade foi de 40,1% da população ocupada (39,1 milhões) contra 40,2% no trimestre anterior e 39,5% no mesmo trimestre de 2021. A coordenadora destaca o crescimento dos setores de administração pública, defesa, seguridade social, saúde humana e serviços sociais, além da área educacional impulsionada pelo retorno das aulas presenciais.

Para Rodrigo Leite, o número de pessoas trabalhando de forma autônoma é algo bom a curto prazo. “Teve um aumento daquelas que não têm empregador fixo, como pintor,pedreiro, vendendo comida. Por um lado, é ótimo que elas estejam conseguindo renda de alguma maneira, mas também ficam sem direitos trabalhistas, principalmente em caso de doença e na hora de se aposentar”, ressalta. 




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