Número de alunos medalhistas cresceu 41,4% em 2020, totalizando 1.626 prêmios
ouça este conteúdo
|
readme
|
O número de alunos medalhistas da OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica) no Grande ABC aumentou 41,4% em 2020. De acordo com a organização do evento, mesmo com os percalços que a pandemia causou à educação, o número de premiados chegou a 1.626 neste ano. Em 2019, foram 1.150. O evento científico, que envolve alunos dos ensinos público e privado, registrou 48.936 medalhas para estudantes de todo País.
Entre as cidades, a que registrou o maior número de medalhas foi Santo André, com 655, sendo 124 de ouro, 129 de prata e 167 de bronze. Apenas Rio Grande da Serra não computou premiados
A instituição do Grande ABC com o maior número de medalhistas foi a escola particular Liceu Jardim, com a marca de 455. De acordo com o orientador educacional do 9º ano do ensino médio, Renato Amigo, a unidade sempre priorizou o ingresso de alunos nessa e em outras competições. “O nosso trabalho é divulgar as olimpíadas de diversas áreas à exaustão”, disse, “Nós priorizamos isso, inclusive temos aulas preparatórias com um time olímpico de professores, de acordo com o tema de cada competição.”
Segundo o docente, a conquista de uma medalha é importante para toda a formação acadêmica do aluno. “Além do espírito de equipe, faz com que ele acumule conhecimento. É importante para o currículo também, já que quem quer estudar em uma universidade fora do País precisa acumular experiências além do tradicional. As olímpiadas também são aceitas como forma de ingresso em determinadas universidades”, explicou.
Em São Caetano, foram 462 medalhas no total, mas a grande maioria (364, de acordo com a organização do evento) foi conquistada por alunos da rede pública. Deste total, 339, ou seja, mais de 90% são da rede municipal.
Entre as instituições públicas que participaram da premiação, a campeã foi a Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) 28 de julho, com 88 medalhas. “Ainda mais no momento desafiador da pandemia, isso é uma satisfação para os alunos e professores, que os incentivam bastante. Quando vemos o resultado, enxergamos que tudo vale a pena”, disse a diretora Sônia Regina Rodrigues Garcia.
Uma das alunas premiadas da instituição é Priscila Sayuri Shinta, 14 anos, estudante do 8º ano do ensino fundamental. “Busquei estudar e pesquisar mais sobre os assuntos abordados, tendo como referência a OBA de 2019. A prova foi feita on-line num dia só”, contou. Segundo ela, a experiência reforçou “o desejo de atuar na área de ciências exatas e me incentivou a estudar com mais empenho.”
Na família Oliveira Lopes do bairro Santa Paula, a alegria foi por três integrantes premiados da Emef Bartolomeu Bueno da Silva (que no total, recebeu 43 prêmios). Os irmãos Michaelle Aparecida, 14, e Alessandro Jorge, 9, foram medalhistas de ouro. “Meu sonho sempre foi fazer medicina e participar dessa experiência me mostrou que, se eu estudar e me esforçar, eu vou conseguir”, disse Michaelle. “Minha classe inteira fez e a parte legal foi contar para todos sobre a medalha”, afirmou Alessandro, que sonha em ser jogador de futebol.
Os dois contaram com a ajuda da irmã mais velha, que foi medalhista de prata na OBA de 2019. “Sempre fui apaixonada por astronomia e estudei muito no ano retrasado. Os estudos acabaram nos aproximando e nos distraindo durante a pandemia porque eu apresentei a eles todo esse universo”, disse a estudante Emmanuelle de Oliveira Lopes, 16.
Já o medalhista de ouro da EE (Escola Estadual) Professora Antonieta Borges Alves, Khaleu Sanches Mancini, 14, afirmou que o incentivo do professor de geografia foi determinante para a entrada na competição. Ele contou que acabou tendo certeza da carreira que vai seguir após o resultado. “Um pouco antes de fazer a olimpíada eu já pensava em cursar algo relacionado a ciências. Agora, vi que também gosto de astronomia. Penso muito em fazer física, mesmo sabendo que essa é uma área que não é tão reconhecida no nosso País.”
Inscrições para edição de 2021 estão abertas
A vigésima quarta edição da OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica) acontece neste ano e já está com as inscrições abertas para as escolas. Realizada em fase única, a competição acontece nos dias 27 e 28 de maio e é voltada para todos os estudantes dos ensinos fundamental e médio. A participação é gratuita. Escolas públicas e particulares que ainda não participam já podem se cadastrar pelo site www.oba.org.br. O prazo para inscrições de alunos vai até 20 de maio. Já o de escolas ainda não participantes se encerra no dia 15 do mesmo mês.
Por causa da pandemia, a prova poderá ser aplicada presencialmente ou de forma remota, por meio de plataforma, de acordo com a logística de cada instituição de ensino.
A olimpíada é dividida em quatro níveis – os três primeiros são para alunos do ensino fundamental e o quarto para os do ensino médio. A prova é composta por dez perguntas: sete de astronomia e três de astronáutica. A maioria das questões é de raciocínio lógico. As medalhas são distribuídas conforme a pontuação.
Os melhores classificados na OBA representam o Brasil nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2022. Os participantes desta edição também concorrem a vagas nas Jornadas Espaciais, que acontecem em São José dos Campos, Interior, evento em que os participantes recebem material didático e assistem a palestras de especialistas.
Os alunos e os professores podem se preparar para a prova através do aplicativo Simulado OBA, disponível para celulares, tablets e computadores, ou pelo site da olimpíada, que fornece vídeos explicativos, além de provas e gabaritos das edições anteriores. “Queremos promover a disseminação dos conhecimentos básicos de forma lúdica e cooperativa entre professores e alunos, além de mantê-los atualizados”, explicou um dos organizadores do evento, o professor João Canalle.
Em 24 anos de existência, a OBA já superou 11 milhões de participantes e distribui por ano 50 mil medalhas. A edição de 2020 contou com mais de 440 mil inscritos. A OBA é coordenada por comissão formada por representantes da SAB (Sociedade Astronômica Brasileira) e da AEB (Agência Espacial Brasileira) e conta com o apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da Unip (Universidade Paulista).
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.