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“Entre as 18h30 de terça-feira e as 5h de hoje (quarta-feira) houve disparos de arma de fogo, efetuados por desconhecidos, contra o pessoal de serviço, prontamente rechaçados a tiros pela guarda do quartel, tendo à frente o próprio comandante do batalhão”, diz a nota divulgada à noite pelo Exército
Moradores do bairro informaram que o confronto teria se intensificado por volta de 1h30 e durou cerca de meia hora. Depois, os disparos começaram às 3h e foram até as 4h. Vizinhos contaram ainda que os militares acionaram o alarme do 3º Batalhão de Infantaria.
“Eu ouvi o alarme do quartel. É a primeira vez que tem tiroteio aqui na rua principal. Era muito barulho de carros e tiros. Eles gritavam ‘pega, pega’, mas não deu para ver traficantes. A gente fica com medo de chegar na janela. Parecia que o tiroteio era aqui dentro”, contou a dona de casa Wanda Araújo, de 51 anos, que mora em frente ao batalhão.
A tentativa de invasão ocorreu no mesmo quartel onde foram roubadas do paiol três caixas com mil cartuchos de fuzil 762, cem cartuchos de pistola nove milímetros e nove espoletas de tipo comum, que servem para acionar explosivos. O desvio da munição foi descoberto em uma inspeção de rotina domingo à tarde. Por isso o Exército informou que estendeu a jornada de trabalho dos 700 soldados do batalhão até terça-feira para apurar o fato.
O Exército intensificou as revistas na vizinhança do quartel depois que o roubo foi descoberto. “O batalhão mudou o jeito de tratar as pessoas que chegam de carro. Antes só olhavam por fora, agora revistam até o porta-malas. A segurança aqui era boa. Depois dessa madrugada, passamos a viver como moradores de morro porque ficamos no meio do fogo cruzado”, contou o secretário Eduardo Araújo, de 28 anos, que nasceu no bairro e mora em frente ao batalhão.
O 3º BI é cercado por favelas, entre elas o Morro do Martins, nos fundos do quartel. Ali há tiroteios constantes entre criminosos e policiais. Segundo a polícia, Mário Sérgio Rocha Martins, o Gugui, 25 anos, controla o tráfico de drogas no morro. Ele é chefe da venda de entorpecentes nos morros do Coruja, Galão e Feijão, todos em São Gonçalo.
Um inquérito aberto em 2001 contra o traficante na 73ª Delegacia Policial (Neves) mostra que ele foi condenado em 1998 a quatro anos de prisão por tráfico de drogas. Ele está foragido.
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