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Porém, o presidente do clube, José Augusto Bastos Neto, pensava diferente. "Nós nao vamos entrar na Justiça Comum para paralisar o Campeonato. A Fifa iria nos punir mais ainda. Vamos ter de acatar a decisao do tribunal", afirmou, visivelmente contrariado.
O Sao Paulo vai entregar o caso ao Ministério Público do Estado. O promotor Fernando Capez acompanhou o julgamento com a comitiva do Sao Paulo e disse que o MP vai estudar a situaçao "para ver se cabe alguma providência jurídica contra o TJD". "Vamos deflagrar uma guerra a partir de amanha (quinta)", declarou.
A idéia dos jogadores do Sao Paulo, que ameaçam entrar em greve caso Sandro Hiroshi seja banido do futebol, como chegou a cogitar a CBF (Confederaçao Brasileira de Futebol), ganhou força. Após receberem manifestaçoes de solidariedade dos companheiros de Santos e Corinthians, os sao-paulinos já contam com o apoio do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado e até da CUT e Força Sindical para a iniciativa deles.
"Falei hoje com o Anderson (lateral do Sao Paulo) e estamos decididos a organizar um protesto, uma greve que seja, se essa hipótese de o Sandro ser eliminado do futebol persistir", afirmou o presidente do Sindicato dos Atletas de Sao Paulo, Rinaldo Martorelli, ex-goleiro do Palmeiras. "Também falei com o Paulinho, da Força Sindical, que se colocou à disposiçao, e soube que o Vicentinho, da CUT, é outro que está conosco."
Porém, Martorelli nao quer que o movimento seja encarado como uma apologia da impunidade. "Nao somos favoráveis ao crime, porque falsificaçao de documentos é um crime, mas o garoto nao pode carregar uma cruz que nao é dele; ele foi conivente com a adulteraçao, mas nao fez isso sozinho", disse.
O reflexo do julgamento na CBF foi imediato no Morumbi. Milhares de torcedores do Sao Paulo que estavam na fila para torcer pelo clube, nesta quarta à noite, contra a Ponte Preta, foram embora assim que souberam da perda dos pontos da partida contra o Botafogo. A revolta dos que ficaram foi muita. Cerca de 500 torcedores cercaram o ônibus que trazia os jogadores e em coro imploravam para que nao entrassem em campo, como forma de protesto. "Nao tem que jogar, nao tem que jogar, nao tem que jogar...", repetiam, revoltados.
Carpegiani, que havia prometido abandonar o clube se o Sao Paulo perdesse o julgamento avisava que só falaria com os jornalistas na quinta. Após a partida ele faria uma importante reuniao com a diretoria do Sao Paulo, onde poderia entregar o cargo. Nao havia como disfarçar a perturbaçao que o julgamento trouxe no time uma hora e vinte antes de a partida contra a Ponte Preta começar.
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