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Os combustíveis do Grande ABC atendem os padrões de qualidade internacional. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo), os índices de não conformidade do produto têm de estar abaixo de 3%. A gasolina da região apresenta apenas 2,6% de problemas na qualidade, enquanto o etanol não apresentou nenhuma disfunção em testes realizados em setembro. Além disso, existem as gasolinas aditivadas e premium para confundir o consumidor na hora de abastecer. Especialista dismistifica diferenças que podem ajudar consumidor na escolha do combustível.
As gasolinas aditivadas possuem detergentes e dispensantes que impedem o acúmulo de resíduos no motor, mas não alteram o desempenho do automóvel.
O engenheiro mecânico e pesquisador na divisão de motores e veículos do Centro de Pequisa, do Instituto Mauá de Tecnologia, de São Caetano, Cleyton Barcelos Zabeu, diz que a formação dos depósitos depende do ciclo de uso do motor. “O carro que anda um pouco e para, como acontece nas cidades, tem maiores chances de criar depósitos do que um automóvel que fica três horas na estrada, por exemplo. As mudanças de temperatura fazem com que algumas moléculas virem uma espécie de verniz”, explica o professor.
No caso das gasolinas aditivadas, os detergentes dispensantes impedem a criação de resíduos. Quando esses acúmulos tomam conta do motor são percebidas algumas falhas na aceleração e demora no tempo de resposta. Apesar da gasolina aditiva “limpar” as engrenagens ela funciona melhor como prevenção do que remediação do problema.
O engenheiro mecânico alerta que os detergentes não são solventes que melhoram o funcionamento da noite para o dia e que não se deve misturar o combustível comum ao aditivado. “A concentração do aditivo é muito baixa para não encarecer o produto. Então se você misturar o comum ao aditivado seria como por uma gota de adoçante em uma garrafa de café, não iria mudar nada”, exemplifica Zabeu.
No caso da gasolina Premium, com mais octanagem (maior resistência à ignição espontânea por pressão), não há necessidade de uso em carros populares. Elas são direcionadas a motores de alto rendimento, que exigem uma maior razão de compressão dos cilíndros para proteger o motor de combustões anormais.
Segundo o pesquisador, esse tipo de combustível só apresenta melhora no desempenho de carros populares em algumas situações muito especificas. “Faria diferença apenas em lugares quentes, ao nível do mar, com o carro carregado e se o motorista usasse apenas de meio acelerador para mais. Só motores de alto desempenho precisam desse tipo de combustível”, afirma o professor.
O que muda mesmo é do álcool para a gasolina, o etanol possui naturalmente mais octanagem. Dando ao automóvel, mais aceleração e velocidade máxima (até quilômetros por hora a mais em um carro popular). Outro benefício é que o etanol produz menos acúmulos no motor devido a sua composição simples. A poluição gerada por esse combustível brasileiro é muito menor em comparação aos combustíveis fósseis.
“O balanço líquido da produção de gás carbônico por parte do etanol é muito menor que da gasolina, o carbono do álcool vem da própria atmosfera enquanto os outros combustíveis retiram o gás carbônico fóssil da terra e liberam no ambiente. Lembrando que ambos produzem o óxido de nitrogênio (NOX), que é toxico”, alerta Zabeu.
A única desvantagem entre o etanol e a gasolina no funcionamento dos motores é que os derivados do petróleo possuem propriedades lubrificantes e o álcool não. “Vendo isso, algumas empresas começaram a produzir o etanol aditivado, adicionado propriedades lubrificantes a esse combustível. Mas como isso é algo novo, o segredo dessa formula é guardado a sete chaves pelas produtoras”, relata o engenheiro mecânico.
No Grande ABC as três principais bandeiras são a Ipiranga, Petrobras (BR) e a Shell; cada uma tem seus combustíveis aditivados e premiuns com algumas diferenças de marca para marca. No posto Ipiranga há a gasolina Original Premium (com mais octanagem) e a aditivada DT Clean, que possui mesma octanagem que as demais, apenas com aditivos de detergentes.
A Petrobras disponibiliza a Podium, uma gasolina premium com 95 IAD de octanagem, mais resistência à oxidação em longos períodos de armazenamento; nos postos BR há também a gasolina Petrobras Grid, aditivada e além disso, possui somente detergentes dispersantes, corante esverdeado para diferenciá-la das demais gasolinas. “O principal diferencial da Grid para as outras é o aditivo modificador de atrito que melhora o desempenho e o tempo de retomada nos ensaios realizados”, diferencia o consultor da área de distribuição dos postos Petrobras, Antonio Alexandre Ferreira Correia.
Já a Shell tem como gasolina aditivada a Shell V-Power Nitro + (não possui o óxido nitroso dos filmes de corrida), possui a tecnologia FMT (Friction Modification Technology), que reduz o atrito em áreas que entram em contato com o combustível. “Como foi desenvolvida em parceria com técnicos da scuderia Ferrari, o motorista que abastece com V-Power Nitro+ é beneficiado com os mesmos aditivos usados nos carros de Fórmula 1”, diz a gerente de marketing de produtos da Raízen, Ana Paula Caldas. Na categoria Premium há a Shell V-Power Racing, com octanagem de 91 IAD.
Outro produto disponibilizado pela bandeira é o etano aditivado. O Shell V-Power Etanol é o único aditivado comercializado no Brasil. Os aditivos do etanol têm a mesma tecnologia que os usados na gasolina, mas quimicamente são diferentes. Proporcionam maior lubricidade às partes internas do motor, por meio do FMT. Utilizado pela linha de gasolina e etanol Shell V-Power.
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