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O terceiro julgamento do Maníaco, iniciado na terça-feira, foi referente aos assassinatos de Selma Ferreira Queiroz, Patrícia Gonçalves Marinho, Raquel Mota Rodrigues e duas vítimas não identificadas (ele assumiu as mortes das três primeiras e negou ter executado as duas outras). O júri popular, composto por sete pessoas (quatro mulheres e três homens), foi unânime em condenar o motoboy. Os jurados refutaram a argumentação da defesa, comandada pela advogada Maria Elisa Munhol, e consideraram o réu imputável, ou seja, consciente e responsável pelos crimes que cometeu – o que o impede de cumprir pena em manicômio judiciário.
A previsão para o término do julgamento era quinta-feira. Mas o número de testemunhas foi enxugado de 14 para seis, incluindo algumas mulheres que foram estupradas e atacadas por ele. Como já havia feito em depoimentos anteriores, Pereira disse que foi possuído por uma "força maligna" quando matou suas vítimas. A defesa, com base em um laudo psiquiátrico, tentou provar que ele era semi-imputável, o que poderia reduzir sua pena em até dois terços e permitira cumprimento da pena em um manicômio. Não deu certo.
O juiz Homero Maion ressaltou, na sentença de condenação, que Francisco de Assis Pereira "agia de forma premeditada na organização e concepção de seus intentos criminosos" e cometia "crimes gravíssimos, hediondos e de elevada repugnância". A irmã de uma das vítimas, em prantos, abraçou o promotor Edilson Mougenot Bonfim após a divulgação da pena.
A punição aplicada nesta quarta eleva a mais de 271 anos de cadeia a pena do Maníaco do Parque, que já assumiu o assassinato de 11 mulheres. Como a lei brasileira impede que um réu condenado cumpra mais de 30 anos de prisão, as penas serão unificadas após trânsito em julgado de todas as decisões condenatórias. Pereira está preso em Itaí (interior de São Paulo) desde 1998 e já cumpriu cerca de quatro anos. Isso significa que ele ficará, no máximo, mais 26 anos na cadeia.
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