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Por que o rabo da lagartixa cresce de novo?
Bruna Gonçalves
Especial para o Diário
03/05/2009 | 07:44
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O rabo da lagartixa cresce novamente porque isso é uma mutilação espontânea, faz parte da sua estratégia de defesa. Quando se sente ameaçada, solta o rabo, que continua se movimentando por um tempo, para distrair o inimigo e ela poder fugir tranquila. Isso recebe o nome de autotomia caudal.

A lagartixa consegue se separar do rabo ao contrair os músculos no ponto onde as articulações entre as vértebras são mais frouxas. Nesses locais, todos os tecidos, vasos sanguíneos, músculos e nervos se desconectam com facilidade. É só o bicho fazer força, que o rabo se parte. Depois disso, consegue se regenerar sozinho, em média, em três semanas.

O novo rabo será sempre menor do que o anterior, e seu interior não será mais preenchido por osso. É substituído por cartilagem sem os pontos de rompimento. Assim, as próximas vezes em que soltá-lo, a interrupção ocorrerá sempre na parte que sobrou de osso. Entretanto, se o corte foi acidental, seu crescimento vai depender da região em que foi partido. Isso porque, se não for na parte com osso, ela terá de viver sem o rabo.

Outros bichos - Os lagartos, em geral, soltam o rabo para se defender. A exceção é o lagarto-rabo-de-macaco, que vive no alto das árvores; por isso, precisa do rabo para se locomover.

Outros animais também conseguem regenerar certas partes do corpo. Se o caranguejo perder uma pata, por exemplo, nasce outra no lugar. A campeã é a estrela-do-mar, capaz de regenerar todo o corpo a partir de um único braço. (Supervisão Teresa Monteiro)

Consultoria dos biólogos Maurício Forlani, do Museu de Zoologia da USP, e Guilherme Domenichelli, do Zoológico de São Paulo

Como anda no teto sem cair?
A lagartixa consegue se manter grudada na parede por causa da pele que cobre seus dedinhos das patas. É formada por minúsculas lâminas revestidas por filamentos (como se fossem pelinhos), duros e ásperos, que lembram velcro e facilitam a fixação.

Mas nem todas têm essa habilidade. A lagartixa de cauda gorda e a leopardo, por exemplo, possuem pequena quantidade de filamentos que auxiliam a aderência. Essas espécies estão mais acostumadas a subir em troncos.

A perereca também faz isso, mas por outro mecanismo. Ela possui ventosas nas pontas dos quatro dedos das patas, que funcionam com sucção (como a borracha do desentupidor de pia que gruda e cria vácuo) e, por isso, consegue se fixar em superfícies lisas. s

Saiba mais
A lagartixa é réptil e pertence ao grupo dos lagartos. Há mais de 300 espécies espalhadas em várias partes do planeta. Estão concentradas nas regiões quentes em países das Américas, África, Ásia e Europa.

Entre as espécies, a mais conhecida é a lagartixa doméstica de origem africana.

Esse animal gosta de lugares mais quentes, porque não consegue manter a temperatura do corpo, que é sempre igual à do ambiente.

Apresenta cores bem variadas, do branco passa pelo cinza e preto e há até uma que mistura diversas cores, com tons de amarelo e preto. É coberta por pele bem fininha e não tem pálpebras.

Seu tamanho também é bem variado, podendo ter de 3 cm a 30 cm. A considerada a maior de todas é a asiática, que pode medir entre 25 cm e 30 cm.

Tem hábitos noturnos. Alimenta-se de baratas, aranhas e outros insetos.

Durante o dia, se mantém escondida em buraquinhos na parede, onde também bota os ovos.

Esse bicho tem vida longa: vive de cinco a dez anos.




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