Caso seja comprovado furto ou roubo, dono ou um
parente não precisa pagar diárias do pátio andreense
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Esquecida desde 2006 no pátio de veículos apreendidos no bairro Ana Maria, de responsabilidade da Prefeitura de Santo André, a Ferrari Dino 208 GT4 de 1975 se encontra há nove anos à espera de ser resgatada e, quem sabe, restaurada para relembrar seus tempos áureos. Um fato importante que pode facilitar o retorno do possante às ruas veio à tona após a repercussão da reportagem publicada pelo Diário OnLine no dia 8. Caso fique comprovado que o veículo é fruto de roubo ou furto, é possível que seu dono consiga retirá-lo do depósito de veículos sem pagar o valor das diárias.
Para levar a Ferrari, cujo valor médio de mercado é de R$ 322 mil, para casa e desfilar com ela por aí, será preciso desembolsar atualmente R$ 83.570, valor que se refere aos 3.285 dias em que o veículo está no pátio da Prefeitura. Caso contrário, o interessado terá que aguardar a administração de Santo André abrir leilão e tentar arrematar o automóvel.
Segundo um funcionário que trabalha no pátio e não quis se identificar, após a reportagem, ele recebeu inúmeros telefonemas questionando como a Ferrari foi parar ali ou como seria possível comprar o veículo. “Até uma diretora de cinema perguntou se poderia alugá-la para utilizar em um filme.”
Conforme o funcionário, só há três maneiras de tirar o carro do pátio sem a obrigatoriedade de saldar a dívida das diárias. “Se for configurado que foi furtado, ou comprovado o roubo do veículo e também se algum juiz expedir um mandado judicial”, relatou. O funcionário lembra que, nos três casos, o carro só será liberado se a pessoa comprovar ser dono do veículo ou parente do dono.
Enquanto isso, o veículo de design italiano desejado por dez entre dez pessoas que apreciam carros continua a acumular ferrugem em meio às carcaças retorcidas e esquecidas do pátio andreense.
REPERCUSSÃO
A história da Ferrari Dino 208 GT4 fez sucesso na internet e nas redes sociais. Na mesma data da publicação, atingiu 92 mil pessoas na página do Diário no Facebook. Segundo o Google Analytics – ferramenta do Google que verifica, entre outros dados, a quantidade de acessos em uma reportagem – cerca de 50 mil pessoas acessaram a matéria no site do Diário e houve repercussão em outros veículos especializados em automóveis, como a Quatro Rodas e o portal UOL.
PÁTIOS
E hoje o Diário OnLine publica reportagem completa sobre os pátios de veículos do Grande ABC. Acompanhe aqui.
Modelo de 1975 é considerado histórico e tem 2 unidades no País
A Ferrari Dino 208 GT4 de 1975 que apodrece no pátio andreense e custa até R$ 322 mil em lojas especializadas poderia ser negociada como ferro-velho. Bastaria desembolsar R$ 253, já que o carro pesa 1,15 tonelada e a sucata é vendida a R$ 0,22 o quilograma.
A reportagem do Diário OnLine gerou tanta repercussão porque o modelo é histórico. Em 1973, foi lançado o Dino 308 GT4, a primeira Ferrari com motor V8 entre-eixos (central) da história. O Salão de Genebra de 1975 apresentava o veículo ao mundo. Tratava-se de um cupê quatro lugares, com perfil baixo e linhas marcantes, e design assinado pelo estúdio Bertone. Da porta para dentro, o cupê tinha quadro de instrumentos exagerado, ótimo acabamento com bancos em couro e câmbio manual de cinco marchas. Vale recordar que o motor de 2,0 litros contava com 170 cavalos e quatro carburadores. Sabe-se que há apenas duas unidades no Brasil atualmente.
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