Nacional Titulo
Santa Rita do Sapucaí (MG) continua inundada
Do Diário do Grande ABC
06/01/2000 | 17:58
Compartilhar notícia

ouça este conteúdo

O sol voltou a Santa Rita do Sapucaí, uma das cidades mais atingidas pela enchente no sul de Minas Gerais, mas nao conseguiu aplacar o desespero dos 30 mil moradores que estao com as casas alagadas pelo rio Sapucaí. As águas baixaram nesta quinta-feira cerca de um metro, mas ainda estao mais de 7 metros acima do nível normal.

Barcos e tratores garantiram o transporte de voluntários e alimentos no centro da cidade. Com as telecomunicaçoes prejudicadas, foi preciso usar a rádio Difusora de Santa Rita como telefone público. "Atençao Rogério que está com o barco na Farmácia Bom Jesus", anunciava o locutor por volta do meio-dia. "Vá para o quartel da PM na entrada da cidade porque chegaram remédios."

Medicamentos - A principal preocupaçao do dia era vacinar a populaçao contra tétano e febre tifóide. Do quartel, 22 policiais militares tentam administrar a distribuiçao de medicamentos e água potável. Oito deles tiveram as casas inundadas e nao conseguiram salvar nem roupas. Trabalham com camisetas e bermudas que chegaram em sacolas de doaçoes de cidades vizinhas.

Pelo menos 75% da populaçao de Santa Rita do Sapucaí teve prejuízos em decorrência das chuvas. Dos sete supermercados do lugar, quatro estao debaixo d'água. Na cidade, conhecida como Vale da Eletrônica, 10 das 30 indústrias do setor também estao alagadas. A enchente castigou a comunidade carente e também famílias mais abastadas. Casas de classe média alta também estao interditadas. O prefeito da cidade, Jeferson Gonçalves (PFL), ficou desalojado e está com a família na casa de um cunhado.

Alerta - Desde o domingo, quando começou a chover em Itajubá - a primeira cidade da regiao a decretar estado de calamidade pública, a rádio difusora de Santa Rita começou a prevenir os ouvintes sobre a possibilidade de enchente. Mas os moradores nao acreditaram que as águas pudessem subir tanto. "A gente nao queria deixar a nossa casa e nao podia imaginar que ia ser tao sério", contou Janete Dias Batista, 49 anos. Ela resistiu o máximo que pode, mas acabou tendo de deixar a casa às pressas, na madrugada desta terça-feira, com o marido e os três filhos, em um barco do Exército. "A água veio de uma vez, nao tivemos nem como pegar roupas". Janete ainda nao tinha tido coragem de voltar à casa no bairro Fernandes, onde só o telhado ficou de fora. "Nao sei como vai ser, nao tenho esperanças de salvar nada". Entre as perdas está um computador ainda embalado que ela havia dado de presente de Natal aos filhos.

Sao Lourenço - Situaçao semelhante enfrentam os moradores de Sao Lourenço, cidade turística que ficou parcialmente submersa. O Parque das Aguas, principal atraçao da estaçao hidromineral, ainda estava inundado nesta quinta-feira. A entrada para o teleférico, alagada. E os hotéis de luxo em torno da lagoa também.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.
;