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Medicina ABC atende dor crônica
Rita Norberto
Do Diário do Grande ABC
25/10/2002 | 21:08
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Há pelos menos dois anos, a dona de casa Amélia Rodrigues Donini, 70 anos, de Santo André, não conseguia se movimentar direito, reclamava dos serviços domésticos e até quando dormia sentia o incômodo de uma dor crônica e intermitente nas articulações do corpo, especialmente nas pernas. “É como se fosse um risco de dor que viesse subindo do calcanhar até o joelho”, descreve. Depois de idas e vindas a médicos, ela, assim como outras pessoas, conseguiu alívio para o seu problema indo ao Ambulatório de Dor da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, em Santo André.

O ambulatório, que atende pelo SUS, é o primeiro serviço gratuito de atendimento específico para casos de dor crônica na região e recebe os pacientes apenas entre 7h e 11h, às sextas-feiras. Começou a funcionar em setembro deste ano e realiza em média entre seis a oito atendimentos por dia.

Assim como Amélia, cerca de 50 pessoas já foram atendidas e estão em tratamento. “Como a procura pelo ambulatório está sendo grande, já estudamos ampliar os horários e dias de atendimento”, disse o médico anestesiologista e responsável pelo ambulatório, Deoclécio Tonelli. Ele também atende, por convênio, no Hospital São Caetano e no Hospital Brasil.

Segundo o médico, a dor pode ser caracterizada como crônica quando durar de três a seis meses, ou mais, e ocorrer de maneira intermitente. “A dor aguda leva à ansiedade, a dor crônica leva à depressão, a um sentimento de incapacidade de encontrar uma cura”, disse.

A dor crônica, segundo ele, pode ser benigna ou maligna. Pode ser resultante de doenças sérias como o câncer ou a Aids ou de diabetes, artrite e outras. E normalmente necessita de formas associadas de tratamento, como acompanhamento psicológico, acumputura, medicamentos tradicionais e participação de outras especialidades médicas, como ortopedia, geriatria e oncologia.

No ambulatório, os casos mais freqüentes são de dores nas costas, cabeça (como enxaqueca e cefaléia), coluna, dores articulares e reumáticas. Em seu primeiro contato com o médico, o paciente responde a um longo questionário para que se trace o diagnóstico.

O tratamento é demorado porque é necessário identificar a origem da dor. O paciente – e ninguém melhor para fazê-lo – dirá qual a intensidade da dor de 0 a 10, a sua duração, os fatores que a pioram, as que a melhoram, se já fez uso de medicamentos como analgésicos, antiinflamatórios ou de derivados de morfina, que normalmente dão alívio apenas temporário ao problema. Exames como tomografias e ressonâncias também podem ser utilizados para ajudar no diagnóstico.

O tratamento, de um modo geral, segundo o médico, usa medicamentos aliados a fisioterapia – exercícios e alongamentos. O resultado aparece, segundo o médico, porque o tratamento indicado pelo anestesiologista é específico para a dor. “Depois do diagnóstico, exames em mãos, iniciamos o tratamento, e o paciente consegue sentir uma redução muito grande da dor”, disse.




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