O Ultimo Portal, de Roman Polanski, pode ser comparado como um encontro entre Humphrey Bogart e Vincent Price versus Lúcifer e seus adoradores. Sem Bogart nem Price, Polanski saiu-se com Johnny Deep, Frank Langella e Lena Olin como mulher fatal para lançar seu novo olhar sobre o satanismo. Olhar desastroso, diga-se. Seu film noir satânico estréia nesta sexta na regiao e circuito paulistano.

A história segura o espectador até o último minuto só para ver o que acontece. Quando o investigador de livros raros Dean Corso (Deep) encerra sua busca na Europa para autenticar um livro que teria sido escrito por um veneziano em 1666 em parceria com o próprio Lúcifer - e, conseqüentemente, no último minuto do filme -, é inevitável perguntar: e daí?

O teimoso Polanski (Lua de Fel) ainda insiste em escalar sua mulher, Emmanuelle Seigner, desta vez no papel de uma bela emissária do inferno, para deleite de quem quer somente um corpo bonito na tela e nada mais.

O tema sobrenatural já teve melhores momentos no cinema, inclusive com o próprio Polanski no thriller clássico O Bebê de Rosemary (1968). Neste O Ultimo Portal, no entanto, Polanski conduziu a história baseada no livro El Club Dumas, de Artur Pérez Reverte, de maneira capenga, realizando apenas mais um filme sobre adoradores do diabo.