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A chegada do equipamento com preço mais vantajoso é decorrente da concessao de uma franquia da empresa norte-americana Perkins, sediada em Boston. Além do Brasil, que deve fornecer para toda a América Latina, apenas a China e a India fecharam esse acordo. Nos Estados Unidos, os deficientes já contam com computadores adaptados com o alfabeto em Braille.
As negociaçoes foram mantidas pela Associaçao Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual Laramara, de Sao Paulo, e sao pioneiras tanto no Brasil quanto no continente latino-americano. Pelo acordo, a Laramara importa um kit com cerca de 700 peças, faz a montagem em sua fábrica e cuida da comercializaçao.
O objetivo, segundo Marilene Vian, inspetora de vendas e controle de qualidade da Laramara, é facilitar ao deficiente visual a aquisiçao de um equipamento possibilitando a reduçao do preço da máquina de escrever. ``Se for importado, o equipamento custa US$ 2 mil, mas, com montagem no Brasil, a comercializaçao a preço de custo cai para R$ 1,2 mil', disse.
Para aqueles que nao podem comprar a máquina de escrever à vista, Marilene lembra que a associaçao conseguiu que a Nossa Caixa Nosso Banco faça o financiamento total do bem, que pode ser pago em até 24 vezes, e cobra 0,95% de juros ao mês. ``Essa linha de financiamento destina-se à compra de materiais especiais para pessoas deficientes de qualquer área', revela.
``O benefício principal é permitir aos deficientes estudar e competir em igualdade de condiçoes. Por isso, é um instrumento indispensável à alfabetizaçao', avalia Marilene . Ela salienta que, com a máquina, o deficiente pode freqüentar e acompanhar a aula com mais facilidade.
De acordo com Marilene, a máquina de escrever é um importante substituto do reglete - prancha de madeira com quatro linhas e selas contendo os seis pontos que formam as letras do alfabeto - utilizada para compor as palavras , mas que causa dor nos braços e é muito trabalhoso de manusear.
``A máquina supera essa forma de escrita rudimentar, apesar de um pouco mais pesada que a máquina de escrever comum', defendeu. Em um ano de atividade da fábrica já foram comercializadas 250 máquinas, em sua maioria adquiridas por instituiçoes filantrópicas e escolas. Outras 600 estao prontas.
As máquinas de escrever em Braille têm garantia de um ano e podem receber manutençao na Laramara. Uma equipe de oito pessoas fez estágio de quatro meses em Boston e a Perkins exigiu que um deficiente visual fosse o responsável pelo controle de qualidade e Marilene foi escolhida e foi treinada por um mês.
Marilene planeja para breve a abertura de classes para ensinar o manuseio da máquina. ``Atualmente, oriento apenas algumas pessoas, mas tenho um projeto de aulas fixas, a partir do estabelecimento de dias e horários', destaca. Ela acrescenta que na Laramara estao disponíveis três máquinas.
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