Empresária se especializa em produzir mimos luxuosos e exclusivos
Por Tatiana Piva
São Paulo, 08 (AE) - Foram as artes cênicas que atraíram a catarinense Jeniffer Bresser a São Paulo. O sonho da jovem de 18 anos era ser atriz, mas a verdadeira vocação apareceu quando, em espetáculo com o diretor Marcelo Lazarotto, Jeniffer fez todo o figurino da peça. A moça prendada levava jeito para trabalhos manuais, e foi o marido o primeiro a incentivar ela a abrir seu próprio negócio. Há nove anos ela fundou a Exclusivité Jeniffer Bresser (www.jenifferbresser.com.br), uma casa transformada em empresa onde 24 funcionários confeccionam mimos luxuosos para empresas e para eventos como casamentos, festas e batizados. A marca tem apoio de uma marcenaria própria, na Vila Clementino. Na casa no Morumbi, onde fica a parte de acabamento, as paredes são forradas de caixas de madeira, com mais de 400 tecidos, onde caixas, tecido, papelão e madeira viram lembrancinhas personalizadas. E tudo absolutamente organizado.
- Como começou esse negócio?
JENIFFER BRESSER - No teatro, me dedicava como assistente de direção, com figurino e cenários. Foi nessa época que conheci meu marido, Daniel. Para organizar meu casamento, fui abandonando os projetos aos poucos. Eu queria fazer algo diferente, mas não havia quem fizesse esse tipo de serviço personalizado. Isso foi em 2000. Queria dar lembrancinhas exclusivas aos convidados, por exemplo. Aos padrinhos, dei uma bonbonnière de cristal. Eu mesma que montei. Fiquei fascinada com este universo e o Daniel achou que era uma boa ideia investir nisso. Comecei com as amigas: ?Você não quer que eu faça um mimo pra entregar no seu casamento??
- Como foi que conheceu o Daniel?
JENIFFER BRESSER - Foi amor à primeira vista. Nos conhecemos num cabeleireiro da Avenida Faria Lima, o Lazinhos. O Daniel frequenta o salão desde os 11 anos. Nos cruzamos, nos olhamos. Em seguida, perguntamos um pelo outro ao Otávio, que trabalha lá. Nos encontramos numa festa do salão. Conversamos a noite toda. A gente não se desgrudou mais. Casei aos 23 anos. Hoje, temos três filhos e somos muito felizes. Era pra acontecer.
- Hoje você tem a infraestrutura de uma pequena fábrica. Como alcançou tanta sofisticação?
JENIFFER BRESSER - Fiquei dois anos trabalhando em casa, até ser expulsa pelo meu marido, pois um quarto todo já não era suficiente. Logo eu ocupava a casa toda. Na época, minha empregada mais trabalhava comigo do que limpava a casa. Varrer que é bom nada, mas era uma beleza em forrar caixa. Ela está comigo até hoje.
- Hoje você só atende gente rica?
JENIFFER BRESSER - Não acredito em exclusividade para muitos. É para poucos, os poucos que sabem apreciar. Não vamos virar varejo nunca. E não estou falando de valores. Já fiz caixas de R$ 25 e de R$ 800 que eu ficaria com a de R$ 25 porque atingiram muito bem o seu objetivo. Valores não significam nada. Temos três nuncas: nunca repetimos dois presentes. A caixa nasce e morre com a cliente. Nunca atrasamos uma encomenda e nunca damos não para a cliente.
- Para quais famosos já trabalhou?
JENIFFER BRESSER - Faço grandes projetos para a Marina De la Riva (cantora brasileira que mistura elementos da música cubana à nacional). Hoje ela faz parte do meu convívio. Outra é a modelo Daniela Sarahyba, uma mulher que administra sua carreira de maneira interessante. Fizemos quarto do bebê, enxoval, toda a parte de costura. Ela gosta do nosso trabalho e me recomenda pra Deus e o mundo.
- Quem são as pessoas que te inspiram?
JENIFFER BRESSER - Tenho admiração profunda pelo grupo Hermès. Eles tem essa perseguição pela perfeição. Ganhei de um amigo um vídeo que mostra como é a confecção da bolsa Birkin. Leva uma semana até ela ficar pronta, só a confecção. Mas quando você vê a bolsa, não tem uma emenda, uma falha. É uma arte pautada na excelência. Quando eu comecei, ninguém trabalhava com caixas no Brasil. Só existia produto importado. Porque é difícil, a lucratividade é ridícula. É um trabalho que envolve muita dedicação, amor e tempo. É diferenciado. Não tem rebarba.