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Todos os tubarões são carnívoros?
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
20/01/2013 | 07:00
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Arquivo/DGABC

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Todos os tubarões são carnívoros, e a maioria prefere peixes no cardápio. Mas, apesar de ingeri-los, o tubarão-baleia gosta mesmo é de comer plâncton (minúsculos seres que são transportados pelas correntezas). Considerado o maior peixe dos oceanos (a baleia é mamífero), é chamado de filtrador porque nada de boca aberta, sugando grande quantidade de água com os micro-organismos, além de algas.

Embora seja gigantesco - atinge até 12 m de comprimento e 15 toneladas -, é inofensivo para o homem. Vive solitário em águas quentes. Tem cabeça larga e achatada. A pele é grossa e escura com marcas luminosas (como faixas) e pintas esbranquiçadas.

Existem, no entanto, espécies ferozes. O tubarão-branco, tido como o maior predador dos mares, caça focas e leões-marinhos para comer. Já o tubarão-tigre e o cabeça-chata gostam de tartarugas-marinhas. Há ainda aquelas que ingerem invertebrados, como crustáceos e moluscos.

 

CARACTERÍSTICAS

O tubarão tem os sentidos muito desenvolvidos. Pode perceber cheiros, como o de sangue, a quase 500 m de distância; escuta ruídos a cerca de 900 m. Em águas claras, identifica objetos em movimento a 15 m. Tem também órgão sensível chamado sistema de linha lateral, que o faz detectar vibrações na água.

Sua pele é coberta por dentículos dérmicos (minúsculos espinhos) que arranham a qualquer contato. Os dentes, organizados em fileiras na boca, são substituídos ao longo do tempo. Acredita-se que os tubarões surgiram no planeta há cerca de 450 milhões de anos. Atualmente, existem mais de 400 espécies (90 delas no Brasil).

 

Nem todas as espécies são ferozes

Os filmes sempre mostram o tubarão como animal feroz, despertando medo na gente. Esse sentimento se tornou comum, principalmente a partir de 1975, quando o longa Tubarão estreou. Na trama, um tubarão-branco aterroriza banhistas numa praia.

Mas nem todos são terríveis. Apenas três espécies são consideradas realmente perigosas: o tubarão-branco, tubarão-tigre e tubarão-cabeça-chata. Os ataques também costumam aparecer no noticiário. Os acidentes acontecem, na maioria das vezes, por descuido do homem, que surge no ambiente do peixe na hora errada. Desse modo, o bicho o confunde com sua presa.

A cidade de Recife, em Pernambuco, registra o maior número de casos no Brasil. As espécies responsáveis pelos ataques são, em geral, o tubarão-tigre e o cabeça-chata. Segundo especialistas, a provável causa é a construção do Porto de Suape, que provocou alterações nas águas da região e fez com que os peixes se deslocassem em busca de alimento em áreas próximas à costa. Outros fatores podem ser mudanças nas correntes marítimas e o aumento do tráfego de navios, que atraem os tubarões por causa dos restos de alimentos que deixam no mar.

 

Saiba mais

- Pelo menos 22 espécies de tubarões estão ameaçadas de extinção no mundo. Duas já sumiram no Brasil, entre elas, o tubarão-de-galápagos. Uma das principais causas do desaparecimento é a pesca ilegal para o consumo de nadadeiras.

- O tempo de gestação varia de acordo com as espécies, podendo durar de seis meses a dois anos. O número de crias também depende; o tubarão-tigre-da-areia, por exemplo, tem um filhote, e o tubarão-baleia bota até 300 ovos de uma só vez.

- A menor espécie é o tubarão-lanterna-anão, que mede 17 cm de comprimento. É encontrado nas águas profundas da Colômbia e Venezuela.

- A expectativa de vida do tubarão varia de acordo com a espécie. Muitas vivem entre 10 e 40 anos. Cientistas acreditam que algumas possam chegar até os 90 anos.

 

Nario Barbosa

Quem perguntou? Matheus Crepaldi, 10 anos, de São Caetano, sabe que tubarões costumam comer peixes, mas não tem certeza se todos são carnívoros. Segundo o menino, é possível encontrar algumas espécies no litoral brasileiro. Mesmo assim, ele não tem medo de entrar no mar. "É só tomar cuidado e respeitar o espaço deles. Ir para o fundo pode ser perigoso."

 

* Consultoria do biólogo Robson Oliveira Lopes, da Sabina Escola Parque do Conhecimento.




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