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A equipe médica da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Ribeirão Pires, no bairro Santa Luzia, é acusada de negligência e omissão de socorro pela família da promotora de vendas Muriely Lourdes Lucas da Silva Cerqueira, 25 anos. A jovem morreu no dia 11, vítima de parada cardíaca, depois de dar entrada na unidade de Saúde com queixas de tontura e dores abdominais.
O caso será investigado pela Polícia Civil da cidade. Segundo familiares, Muriely deu entrada na unidade no dia 10, por volta das 20h. A pressão arterial estava baixa, ela foi medicada com soro e analgésico e mantida em observação. Ao longo da noite, o quadro foi se agravando. O exame de urina, o único teste a que a paciente teria sido submetida, constatou infecção. Ainda segundo os familiares, ela recebeu dose de antiemético e a promessa era de que receberia alta.
"Ela caía da maca e não tinha sequer enfermeira para acudi-la", disse o marido, o soldador Reginaldo Aparecido Ferreira, 33. Às 9h do dia seguinte, a promotora de vendas sofreu parada cardíaca. E o médico, que seria o quarto profissional a atendê-la, informou o óbito.
Ferreira contesta o atendimento recebido pela mulher, com quem era casado há um ano e oito meses. Diz que Muriely não apresentou nenhum sintoma relevante. E que os familiares não tiveram acesso ao prontuário.
"Ninguém pediu exame mais específico. Foi uma madrugada angustiante. Ela sentia dor e eu dizia que era para ela deitar que ia melhorar", apontou o soldador.
No boletim de ocorrência de morte suspeita feito na delegacia local, os responsáveis pela unidade alegam que a promotora de vendas estava grávida e o feto estaria sendo gerado na trompa, o que teria ocasionado as complicações, entre as quais a hemorragia interna que provocou a morte.
"O problema é que ninguém falou isso enquanto estive no hospital. O médico até disse que ela não estava sangrando. E ela não tinha nenhum indício de que estava grávida", apontou Ferreira.
O secretário de Saúde de Ribeirão, Laércio Lemos Lacerda, disse que a informação da hemorragia é preliminar. E que a Pasta apura o caso. "Seria leviano falar sobre a conduta médica. A sindicância irá definir se houve ou não algum procedimento não recomendado durante o atendimento", explicou.
A Polícia Civil aguarda o laudo do IML (Instituto Médico-Legal), que sairá em 30 dias, para saber se abrirá inquérito. Na Câmara dos Vereadores local, o presidente Gerson Constantino (PSD) fez um minuto de silêncio em homenagem à vítima.
Abalado, o soldador dorme na casa de amigos. Não tem coragem de voltar onde morava com a mulher. Ele promete processar a Prefeitura. "Pode ser que o tempo cure. Por enquanto, só resta a dor." (Colaborou Cynthia Tavares)
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