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Ao demitir Oliveira, o clube também levou em conta as pressoes da Gavioes da Fiel. Os dirigentes nao assumem claramente, mas, na quarta-feira, houve uma reuniao em que a principal torcida organizada exigiu a saída do técnico. O pescoço de Marcelinho Carioca permanece na guilhotina. Se os cartolas nao toparem a briga - como ocorreu no caso de Oliveira -, a cabeça do craque também pode rolar.
Oliveira esteve às 15h desta quinta-feira na sala da presidência para ouvir do diretor Carlos Nujud e do gerente de esportes da parceira Hicks Muse, José Roberto Guimaraes, que o ciclo dele estava encerrado no Corinthians. Duas horas mais tarde, o personagem de três títulos conquistados na última temporada (Paulista, Brasileiro e Mundial) encarava uma enorme tropa de repórteres no estacionamento do Parque Sao Jorge. Parecia magoado, mas ria meio sem graça na hora da despedida. "Tenho a consciência tranqüila de que cumpri o meu dever. Me orgulho disso. Eu queria ficar, mas nao me quiseram mais aqui. Mesmo assim, vou carregar o Corinthians no meu coraçao", disse Oliveira, emocionado.
Os boatos de que teria assinado um pré-contrato para comandar o Vasco no segundo semestre irritaram Oliveira, que se defendeu da acusaçao. "Como estou desempregado, é lógico que me orgulharia de trabalhar no Vasco. O problema é que, se me fizerem mesmo o convite, dirao que já havia alguma coisa. Mas até agora nao houve nenhum contato. Dou minha palavra de honra", esclareceu Oliveira, que vai descansar uns dias na praia antes de analisar eventuais convites. Ele pretende permanecer em Sao Paulo até setembro para cumprir o contrato do apartamento em que reside.
Oliveira negou que tenha pedido salários elevados para continuar no Corinthians. Detalhes, aliás, que poderia justificar o rompimento do diálogo. "É mais uma invençao. Nem havíamos iniciado as conversaçoes", afirmou, ainda procurando amenizar a guerrinha detonada pela furiosa Gavioes da Fiel. "O Corinthians tem 20 milhoes de torcedores no país todo. A maioria me dedicou muito carinho nos dois anos e meio em que estive no clube. As manifestaçoes de meia dúzia nao iriam me incomodar", avisou, referindo-se à recente gritaria.
Oliveira ouviu muitas palavras de apoio e de solidariedade dos próprios jornalistas, que destacaram o estilo democrático e liberal no relacionamento entre ele e a imprensa. Ao se retirar, interrompeu uma entrevista de Carlos Nujud para abraçá-lo demoradamente e se despedir do diretor que o havia demitido.
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