Com biografia marcada por luta pela classe trabalhadora, sindicalista é sepultado hoje
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“Ele era um político nato, idealista, que sonhava por um mundo melhor. Meu pai deixou a transparência e a honestidade para os filhos, netos, bisnetos, e viveu intensamente”, são as palavras Meire Martini, filha de Benedito Marcílio, que morreu nesta terça-feira (22) aos 87 anos, após marcar a sua trajetória como deputado federal e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá. O ex-sindicalista será velado na Câmara andreense ao longo da noite, com sepultamento nesta quarta-feira, no Cemitério Cristo Redentor, Vila Pires.
A morte de Marcílio foi recebida com tristeza entre pessoas próximas, familiares e instituições sindicais. Em sinal de respeito, o Legislativo andreense suspendeu a segunda sessão de terça, após receber a notícia. Com uma biografia escrita pela defesa da classe trabalhadora, o ex-sindicalista recebeu diversas homenagens ao longo da tarde.
Marcílio também fundou a Fapesp (Fundação dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo) e comandou a Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas). Em 2008, tornou-se segundo suplente à vereança de Santo André pelo extinto PTB, foi assessor do então prefeito Aidan Ravin (morto em 2021) e assumiu a função de parlamentar brevemente.
Segundo amigos e parentes, Marcílio estava internado no Hospital Santa Helena, em Santo André, devido a uma queda que sofreu em casa. Ele foi hospitalizado após o incidente, recebeu alta, mas voltou a ter complicações. Durante a segunda a segunda estada no hospital, chegou a ficar uma semana sob cuidados, até o quadro se agravar por conta de uma pneumonia e não resistiu.
Marcílio comemorou o aniversário de 87 anos no último dia 30 de março, ao lado de amigos e familiares. Sua história é marcada pela passagem na Câmara dos Deputados, entre 1979 e 1983, sempre pautando a luta pela classe operária. Ele também chefiou o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá por 13 anos, entre 1967 e 1980, até ser deposto pelo regime militar, sempre alvo de sua luta pela liberdade e fim da repressão. Em 1980, o ex-sindicalista se tornou um dos fundadores do PT, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Atual secretário de Desenvolvimento Econômico de Mauá e vice-presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino Martinha foi amigo próximo de Marcílio e relembra antigas histórias de seu parceiro. “Ele foi um dirigente autêntico, esteve nas grandes lutas durante a ditadura militar, com uma história bastante combativa. O Marcílio, como presidente, foi um dos maiores dirigentes nesses 91 anos de sindicato”, relatou
“Meu pai sempre foi uma pessoa muito íntegra, muito verdadeira, sempre foi uma pessoa que lutou pelos direitos do outro. Ele nem era aposentado e já lutava pelos direitos dos aposentados. Onde ele colocava a mão, queria transformar em algo melhor”, explica Meire, ao comentar o legado deixado por seu pai.
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