O mundo reagiu à morte do pontífice, que rejeitou a extravagância do papado, defendeu a justiça social e novas abordagens para práticas religiosas
ouça este conteúdo
|
readme
|
O mundo reagiu ontem à morte de uma das figuras mais emblemáticas da Igreja Católica no século XXI. O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, faleceu aos 88 anos, deixando um legado marcado pela humildade e pela defesa dos mais necessitados. Foi o primeiro pontífice oriundo da América Latina e também o primeiro jesuíta a assumir o trono de Pedro. A trajetória de vida profundamente humana preparou o líder religioso que, antes mesmo de assumir o papado, já era conhecido por caminhar ao lado do povo.
Segundo informações do Vaticano, o falecimento ocorreu devido a um AVC (acidente vascular cerebral), coma e colapso car-diocirculatório irreversível. O papa, que se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ter ficado 38 dias internado, morreu em seu apartamento, na Cidade do Vaticano.
Conhecido como o ‘papa do povo’, Francisco fez da humildade o norteador de seu pontificado. Optou por uma Igreja mais próxima das periferias e por diversas vezes denunciou as injustiças sociais, a desigualdade econômica e o abandono dos mais vulneráveis.
Argentino de Buenos Aires, filho de imigrantes italianos, Francisco rompeu protocolos desde o momento de sua eleição em 2013. Recusou as vestes luxuosas da função, preferiu morar na modesta Casa Santa Marta ao invés do Palácio Apostólico e dispensou o uso de veículos oficiais ostensivos. Essas escolhas simples representaram uma profunda mudança de estilo de papado, além de uma mensagem de bondade e simplicidade para os fiéis ao redor do mundo.
Francisco também promoveu diálogo constante com outras religiões e buscou modernizar o discurso da Igreja sem romper com as doutrinas, abordando temas sensíveis como a crise climática, a migração forçada e os direitos humanos com coragem e compaixão. Segundo a Santa Sé, o pontificado de Bergoglio foi marcado por gestos de humildade e por uma abordagem mais inclusiva e misericordiosa.
A morte de Francisco representa não apenas o fim de uma era marcada por gestos simbólicos, mas também o encerramento de um ciclo que recolocou a Igreja Católica em contato com seu lado mais humano.
A quebra de protocolos segue após sua morte. O corpo do papa será sepultado, a seu pedido, na Basílica de Santa Maria Maggiore, no centro de Roma. O sepultamento fora dos portões do Vaticano quebra uma tradição de mais de um século da Igreja Católica.
Segundo o Vaticano, hoje o corpo do papa será levado para a Basílica de São Pedro, em Roma, para que fiéis possam prestar a última homenagem ao pontífice. Francisco aboliu a tradição de usar uma plataforma elevada na Basílica de São Pedro para ser velado. Com isso, todos poderão se despedir do papa dentro do caixão, com a tampa aberta. O enterro deve ocorrer entre sexta-feira (25) e domingo (27).
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.