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Deputada andreense vai ao Conselho de Ética contra homenagem a condenado por estupro

Homenageado, cirurgião plástico Milton Seigi Hayashi respondeu na Justiça por estuprar sua sobrinha de 9 anos

Da Redação
11/04/2025 | 15:01
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FOTO: Rodrigo Costa/Alesp

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 A deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP), com base eleitoral em Santo andré,  entrou com representação no Conselho de Ética da Alesp, nesta quinta-feira (10), contra o deputado Capitão Telhada (PP-SP), em razão de homenagem concedida ao cirurgião plástico Milton Seigi Hayashi, 62 anos. O médico foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por estuprar sua sobrinha, uma criança de 9 anos. 

A condecoração ocorreu no fim de março durante a entrega de medalhas da ABFIP (Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz), na Alesp, a partir de evento organizado pelo deputado do Partido Progressista.

Em nota, Telhada disse ter tomado conhecimento sobre a condenação por meio da imprensa e que esteve na sessão por uma questão "protocolar". O deputado estadual pretende acionar a ABFIP para a demoção da honraria e afirmou que seu gabinete acompanhará os desdobramentos do caso.

A parlamentar também apresentou à Casa Legislativa uma moção de repúdio pelo mesmo motivo da homenagem. A deputada diz que a presença de um condenado por crime hediondo em um evento de homenagem dentro da Alesp “representa uma grave falha ética e institucional, que fere os princípios básicos de respeito às vítimas de violência sexual, à infância e à dignidade humana”. 

“É inadmissível que o mandato do deputado Telhada não tenha feito uma pesquisa mais elaborada sobre os antecedentes deste homem, condenado por um crime tão hediondo. Pior ainda, que a Alesp, enquanto Casa do Povo, tenha acolhido esse evento que homenageou Milton Seigi Hayashi. É uma vergonha para essa casa e o Estado de São Paulo”, enfatiza a deputada.

O médico foi condenado por estupro de vulnerável em duas instâncias e recebeu sentença de 16 anos e 4 meses de prisão. O processo tramita em segredo de justiça e foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo. O médico, por meio de sua defesa, diz ser vítima de "extorsão" e recorre da sentença no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

De acordo com a representação, o ato do deputado viola os deveres éticos e institucionais previstos no Código de Ética e Decoro Parlamentar da ALESP, sobretudo ao: Artigo 2º, inciso II – “o parlamentar deve zelar pela promoção da ordem pública e proteção das instituições" e, no mesmo artigo, ao inciso III, que diz que o  “parlamentar deve resguardar a dignidade do cargo, com respeito à coisa pública e aos valores democráticos". 

O pedido solicita a aplicação da penalidade de censura, segundo o Artigo 7º do Código de Ética, que prevê sanções disciplinares em caso de conduta incompatível com o decoro parlamentar.




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