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Movimento Olga Benario conquista casa para atender vítimas de violência

Governos federal e estadual cederam espaço para Ocupação Cleone Santos, em São Bernardo, para prevenção e formação de mulheres

Thainá Lana
18/12/2023 | 20:03
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O Movimento Olga Benario, de São Bernardo, conquistou uma casa para atender mulheres vítimas de violência no município. O espaço será cedido pelos governos federal e estadual, após permanência de um mês da Ocupação Cleone Santos em imóvel abandonado, localizado na Avenida Humberto de Alencar Castelo Branco. A administração são-bernardense não recebeu as integrantes do coletivo para diálogo durante o processo.

Os membros da organização popular permaneceram no espaço para reivindicar os casos de violência contra mulher na cidade e a necessidade de ampliação dos serviços públicos de atendimento às vítimas. Após pedido do proprietário do imóvel, que segundo o coletivo estava desocupado há pelo menos 20 anos, a Justiça determinou ordem de despejo, e o movimento deixou ontem o local ontem.

O novo endereço, que não será divulgado por questões de segurança, irá atuar em três principais eixos: prevenção à violência contra a mulher, apoio às vítimas e formação das moradoras da região. 

De acordo com o Movimento Olga Benario, serão realizadas atividades de conscientização e divulgação dos serviços públicos existentes no município, atendimento às mulheres que não conseguirem suporte na rede municipal através de profissionais voluntárias e formações para geração de renda e acesso ao trabalho.

Membro do Movimento Olga Benario, Roseli Simão explicou que a Ocupação Cleone Santos surgiu por conta das demandas da cidade. 

“Nossa intenção era denunciar o aumento de violência contra mulher em São Bernardo e o descaso da Prefeitura com os equipamentos públicos. Após a nossa reivindicação, depois de três meses quebrado, o elevador do Cram (Centro de Referência e Atendimento à Mulher) foi finalmente consertado”, revelou Roseli, que é uma das coordenadoras da ocupação.

Até que a casa seja entregue, a integrante afirmou que a organização realizará trabalho itinerante pelo município para continuar ouvindo as demandas das mulheres. “Saímos ontem do imóvel felizes com a nossa conquista, porque foi coletiva, de todas as mulheres organizadas do Movimento Olga Benario. Fizemos a denúncia sobre as violências que as elas passam, inclusive, vivenciamos, na prática, com as integrantes sendo agredidas”, relembrou Roseli.

O episódio que a coordenadora se refere ocorreu no início de novembro, quando homens armados com marreta, pedaços de pau e pedras tentaram agredir os membros do movimento. Na ocasião, o Diário acompanhou toda a ação do grupo, que alegaram serem proprietários do imóvel abandonado, por isso estariam tentando retirar à força as integrantes da Ocupação Cleone Santos.

A PM (Polícia Militar) foi acionada, e quando as viaturas chegaram ao local, um dos agressores fugiu e o outro continuou dando marretadas na estrutura do imóvel, próximo à janela onde estavam outras mulheres e crianças. As vítimas e os suspeitos foram conduzidos ao 3° DP (Distrito Policial) para prestarem depoimento sobre o caso.

Na época, a SSP informou que o episódio foi registrado como lesão corporal e alteração de limites. Em nota, o órgão resumiu a ocorrência apenas como briga entre as partes envolvidas - versão contestada pelas integrantes, que alegam que não houve agressão mútua.




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