Entre janeiro e outubro desse ano, 1.695 pessoas passaram pelo acompanhamento na rede pública para curar a doença
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As redes municipais de saúde de Santo André, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires registraram 1.695 tratamentos por causa de infecção de sífilis entre janeiro e outubro deste ano. Em média, os casos dessa IST (Infecção Sexualmente Transmissível) chegam a 169 por mês e cinco por dia. São Bernardo, São Caetano e Rio Grande da Serra não encaminharam os dados ao Diário. Durante o Dezembro Vermelho, que alerta para o cuidado de ISTs, especialista indica que a testagem contínua é a forma ideal para o diagnóstico e tratamento precoces dessa doença.
“Todas as pessoas que fazem sexo devem ter uma rotina de testagens para saber se são portadores, mesmo que assintomáticos, de alguma infecção. Quem tem relacionamento fixo e testar positivo para sífilis precisa levar o cônjuge para testar também, porque se uma pessoa se trata, mas o parceiro não, a bactéria pode ser transmitida de novo para aquele que se curou. A maior prevenção é usar preservativo porque, se tiver a lesão, diminui a chance de contato direto”, explica o médico infectologista do Centro de Referência em HIV, Aids e Hepatites Virais e do Ambulatório DiaTrans em Diadema, Maiky Carneiro da Silva Prata.
O tratamento é feito com antibiótico, sendo a penicilina benzatina 2,4 milhões UI o mais usado. São duas aplicações nas nádegas a cada sessão em um acompanhamento que pode chegar a três semanas. “A primeira manifestação da sífilis é uma úlcera (ferida indolor), que pode aparecer de duas a seis semanas após contrair a infecção. Se a pessoa não perceber a lesão, isso pode sumir e o infectado vai achar que não era importante, mas a lesão é altamente infectante. A doença também pode ser transmitida de forma vertical (da mãe pro filho pela gestação ou parto)”, diz o infectologista.
De acordo com ele, o paciente que não faz o diagnóstico na fase primeira desenvolve, depois de dois a seis meses, outros sintomas porque a bactéria entra no sistema sanguíneo. “Leva a um quadro febril e, principalmente, pode disseminar manchas no corpo, o que chamamos de secundarismo da sífilis. Já a manifestação terciária pode ocorrer de dois a 40 anos após a infecção. gerando manifestações cardíacas e ósseas, que podem levar a aneurisma ou complicações cardiovasculares caso a doença não seja tratada nas fases iniciais.”
Em Santo André, o tratamento é realizado nas 34 UBS (Unidades Básicas de Saúde), Hospital da Mulher, Centro Médico de Especialidades Referência em Infectologia, Centros Médicos de Especialidades e Centro de Detenção Provisória. O acompanhamento da sífilis em Diadema também é realizado na rede de saúde pela equipe de atenção básica com ações compartilhadas na rede com atendimento médico, enfermagem e multidisciplinar, além da oferta de testes rápidos e cuidado farmacêutico quando necessário. A Prefeitura reforça ainda a importância do acompanhamento do pré-natal na rede básica de saúde, que inclui o monitoramento da sífilis durante os trimestres da gestação.
As pessoas diagnosticadas com sífilis têm tratamento disponível em todas as 23 UBSs de Mauá, bem como nos serviços especializados, como o CRS (Centro de Referência em Saúde), o CRSMCA (Centro de Referência em Saúde da Mulher, Criança e Adolescente), além das quatro UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). Em Ribeirão Pires, o tratamento também acontece nas UBSs e SAE (Serviço de Atenção Especializada).
Sto.André recebe prêmio por práticas na eliminação vertical da sífilis
O Ministério da Saúde entregou para Santo André o selo de Boas Práticas Rumo à Eliminação da Transmissão Vertical de Sífilis. A certificação tem validade de três anos e pode ser revalidada. A cerimônia de certificação será realizada nesta quinta-feira (7) em Brasília. O Centro Médico de Especialidades de Referência em Infectologia, na Vila Vitória, ganhou destaque.
De acordo com os técnicos do Ministério da Saúde, que visitaram Santo André no fim de setembro, a cidade obteve melhorias relevantes nos aspectos analisados como os programas e serviços públicos de saúde ou contratados no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde), bem como serviços da rede suplementar de saúde, quanto ao cumprimento de medidas de prevenção da transmissão vertical (quando a criança é infectada durante a gestação) de sífilis, desde as unidades de Atenção Primária à Saúde a serviços de referência (pré-natal de alto risco, seguimento da criança exposta/infectada e serviço ambulatorial de especialidades).
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