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'A Paixão de Cristo' estréia sexta no Brasil
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
17/03/2004 | 21:51
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Prepare-se: sexta é o dia de estréia no Brasil de A Paixão de Cristo, filme de Mel Gibson que levantou brigadas junto à mídia e a comunidades religiosas antes mesmo de chegar aos cinemas dos Estados Unidos, primeiro país a assisti-lo em circuito comercial. E não foram poucos os espectadores do longa-metragem em solo norte-americano, cuja arrecadação nas bilheterias em três semanas chegou a US$ 264,5 milhões – dez vezes mais do que o investido por Mel Gibson na produção, orçada em US$ 25 milhões. No Brasil, guardadas as proporções, o barulho tende a ser igual, uma vez que A Paixão de Cristo estreará ao menos em 340 salas, um lançamento considerado grandioso para nossos padrões.

Gibson pretende trazer à contemporaneidade os momentos finais da mais conhecida narração do Ocidente, as 12 horas finais de Jesus Cristo (Jim Caviezel) sobre a Terra, desde a Sua captura nos campos de Getsêmani até Sua crucificação, passando pelo julgamento comandado por Pôncio Pilatos (Hristo Naumov Shopov) e Caifás (Mattia Sbragia) e pela flagelação a Ele infligida por soldados romanos.

Dois são os aspectos principais que causaram polêmicas ao redor do mundo. O primeiro é a suspeita de anti-semitismo por parte do roteiro de A Paixão de Cristo, ao ilustrar constantemente uma multidão judaica, sempre incentivada por sumos-sacerdotes, a pedir pena de morte para Cristo.

Facilitaram tais acusações o fato de Gibson ter ignorado os contextos políticos da época e de uma terra governada por romanos que entre a população tinham afetos e desafetos.

O segundo diz respeito à brutalidade empregada pelo diretor para exibir o sofrimento de Cristo no Calvário, nos momentos de penitência diante das acusações de blasfêmia e de falsa-identidade, pois Ele não seria o Messias que afirmava ser. O limite da repugnância é ultrapassado sem cerimônias, em uma série de açoites, socos e pontapés. Por mais fervoroso que seja o cristão, um ou outro poderá não suportar o martírio até o último fotograma.




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