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Morreu tranqüilo em casa (na rue Long Champ, Paris, seu endereço há quatro décadas) aos 95 anos. Estava com sua mulher Raymonde, a filha Sylvia e seus dois netos. O corpo será enterrado segunda-feira no cemitério de Montparnasse – após missa de corpo presente às 10h30 na igreja de Notre Dame de Grace de Tassy.
Dias esteve no Brasil em fevereiro passado para o lançamento do livro já mencionado, em evento realizado no palácio Campo das Princesas (sede do Governo de Pernambuco).
A vasta e produtiva carreira do pintor começou com uma exposição no Rio em 1928 e se estendeu até 1999, quando desenhou o piso para a praça do Marco Zero, na zona portuária de Recife.
“Cícero foi o autor das primeiras pinturas murais abstratas da América Latina, feitas em 1948 no Recife”, afirma o galerista Waldir Simões de Assis Filho, coordenador do projeto editorial do livro.
Apontado como o último modernista que ainda vivia, Dias manteve relações com nomes do modernismo brasileiro como Di Cavalcanti e Mário e Oswald de Andrade. Pablo Picasso batizou Sylvia, sua única filha. Também foi íntimo do poeta francês Paul Éluard, de quem foi o guardião do poema Liberté, o qual teve cópias lançadas por aviões sobre a França ocupada da Segunda Guerra.
O pintor brasileiro também teve atuação política: foi contra o Estado Novo de Getúlio Vargas, o franquismo espanhol e o nazismo alemão. Dias deixou o Brasil em 1937, tendo Paris como destino. Em 1942 foi para Lisboa, mas três anos depois retornou à cidade francesa.
Quando do lançamento de Cícero Dias – Uma Vida Pela Pintura, o pintor mostrou-se feliz pelo fato de o livro sobre sua obra ser acessível ao grande público (outros dois trabalhos a respeito de sua produção ficaram restritos a clientes das empresas que os patrocinaram).
No lançamento da publicação, Dias, que já se locomovia em cadeira de rodas, demonstrou cansaço. Foi embora mais cedo que os convidados e não deu autógrafos nem entrevistas.
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