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Lavínia Vlasak diz que seu estilo é moleca
André Bernardo
Da TV Press
29/04/2003 | 18:55
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Ainda hoje, dois meses depois da estréia de Mulheres Apaixonadas, Lavínia Vlasak, 26 anos, fica sem graça ao ser indagada sobre a famosa cena de strip-tease que protagonizou no primeiro capítulo da novela da Globo. De pileque, a desinibida personagem Estela começou a tirar a roupa em pleno casamento de Diogo e Marina (Rodrigo Santoro e Paloma Duarte). Em cena, a atriz parecia bem à vontade como a despudorada socialite, mas, nos bastidores, ela garante que teve de superar um certo constrangimento: “Se alguém me olha muito, fico logo envergonhada. Sou tímida à beça. Estou mais para moleca que para mulherão”, afirma.

Difícil acreditar. Há um ano, Lavínia passou a fazer ainda mais o tipo “mulherão” ao colocar 215 ml de silicone em cada seio. Durante muito tempo, ela conviveu com a dúvida de recorrer ou não ao produto. Afinal, ter mais busto era um sonho antigo: “Queria algo que me satisfizesse como mulher, mas que não me atrapalhasse como atriz. Amanhã, se eu tiver de fazer uma tísica, eu faço sem o menor problema”.

Não demorou e os editores da Playboy convidaram a moça para mostrar o resultado da cirurgia nas páginas da revista. Em vão. O máximo que eles conseguiram foram tê-la dentro de um discreto baby-doll na seção “Mulheres que Amamos”. “Não tenho nada contra quem posa, mas hoje é um trabalho que não me estimula. Meu grande barato é representar”, afirma.

Mas protagonizar um sensual strip-tease não foi a única dificuldade enfrentada por Lavínia nos primeiros capítulos da novela. Tão difícil quanto tirar a roupa em cena só mesmo simular uma embriaguez alcoólica. Bem-humorada, a atriz comenta que está mais para Santana que para Estela. A exemplo da personagem de Vera Holtz, Lavínia também cai no sono quando bebe. “Comigo não tem essa de ficar animadinha. Durmo mesmo. Não queria que parecesse caricatura ou que passasse da medida”, diz. Embora tenha merecido elogios do diretor Ricardo Waddington, Lavínia não se perdoa. Raramente gosta do que faz. Gosta, sim, na hora de fazer. Mas, quando assiste, é um sofrimento só: “Bom para mim não é ótimo. Eu quero perfeito!”.

Perfeccionista por natureza, Lavínia se mostra orgulhosa por voltar a atuar em uma trama de Manoel Carlos. Antes da Estela de Mulheres Apaixonadas, ela havia feito a Luiza nos primeiros capítulos de Laços de Família. Tão logo recebeu o convite para interpretar uma socialite na nova novela das oito, ela ouviu rumores de que Estela teria sido inspirada na famosa Narcisa Tamborindeguy. Pelo sim, pelo não, resolveu esclarecer a história com o próprio autor. “A Estela não pode ser inspirada em quem quer que seja. Vai que, amanhã ou depois, ela precisa matar alguém. Aí, a homenageada não deverá gostar muito”, afirma Manoel Carlos.

Para assumir o papel, Lavínia passou a observar, com redobrada atenção, as muitas Estelas com que cruza em restaurantes e shoppings do Rio e de São Paulo. “A Estela não conhece meio termo. Ou ela está muito alegre ou muito triste. É uma mulher de extremos”, diz.

Nos próximos capítulos, Estela volta a infernizar a vida de padre Pedro, personagem de Nicola Siri. Desde que reencontrou o amor de sua vida, Estela anda com o coração aos pulos. “Muitas vieram me contar que também já foram apaixonadas por um padre. Isso é mais comum do que se imagina”, afirma. E a própria Lavínia já teve a sua paixão platônica: “Foi gostosa como toda paixão, mas insatisfatória por ser platônica. Não era tão inatingível como a da Estela, mas não rolou”.

Lavínia namora há dois anos com o economista Celso Neto. Ele foi um dos que ficou empolgado com a performance da atriz na estréia da novela. Tanto que pediu a ela uma “apresentação” particular. “Pode parecer clichê, mas não sou nem um pouco sensual. Tenho um certo bloqueio em fazer cara de gostosa, rebolar, essas coisas...”, diz.

Pai e empresário – A carioca Lavínia Gutmann Vlasak só virou modelo por imposição do pai, o diretor financeiro Robert Vlasak. Ele ficou tão impressionado com umas fotos da filha, então com 15 anos, que a obrigou a fazer um book para uma agência de modelos. Na ocasião, Lavínia bem que tentou argumentar. Disse que não se achava assim tão bonita, que já tinha se decidido pelo jornalismo etc. Mas não teve jeito... “Ele disse que aquilo era uma ordem e que não interessava a minha opinião. Depois disso, nunca mais parei de trabalhar”, afirma a moça.

Modelo profissional aos 15 anos, Lavínia resolveu se casar aos 16, com o seu primeiro namorado, o também ator Jorge Pontual. Os pais estranharam a decisão da filha, mas não se opuseram ao casamento. “No começo, eles ficaram assustados, mas, como eu já ganhava um dinheirinho, eles apostaram na minha felicidade”, diz. Precoce, Lavínia começou a fazer análise aos 17 anos. Gosta tanto das sessões de terapia que as compara a um talk-show particular, onde o paciente é o único convidado.

Aos 19 anos, Lavínia começou a cursar a Oficina de Atores da Globo. Foi nessa época que ela chamou a atenção do diretor Luiz Fernando Carvalho, que a convidou para fazer um teste para a novela O Rei do Gado, de Benedito Ruy Barbosa. Aprovada, assumiu o papel de Lia Mezenga, a filha do personagem-título. “Claro que tive medo de me queimar. Mas já que você se predispõe a fazer, o mínimo que se espera é que seja bem-feito”, afirma. Desde então, Lavínia já trabalhou com consagrados autores da teledramaturgia nacional, como Gilberto Braga, em Força de Um Desejo, e Sílvio de Abreu, em As Filhas da Mãe.




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