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Fortaleza, a Terra da Luz
Paulo Basso Jr.
Enviado a Fortaleza
26/12/2001 | 17:30
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Uma pitada de alto astral regada a muito Sol e com tempero de caju. Essa é a receita de Fortaleza, capital do Ceará e uma das mais encantadoras cidades do Nordeste brasileiro. Não à toa, Fortaleza é conhecida como a Terra da Luz, que brilha no sorriso simpático de seus cerca de 2,5 milhões de habitantes e no Sol, que permanece intenso durante 2,8 mil horas por ano.

Pelas ruas da cidade, pessoas simples e estribados – que, em cearês, significa ricos – misturam-se e provocam um delicioso contraste na heterogênea paisagem fortalezense. Construções modernas e casarões antigos compõem o cenário urbanístico que convive pacificamente com as belas praias da cidade. Tão belas, por sinal, que inspiraram escritores como José de Alencar a compor boa parte de suas obras.

É nos textos de José de Alencar, inclusive, que a cidade extrai a paradisíaca ficção que paira em seu ar. No ponto de partida de Fortaleza, a avenida Beira-Mar, que corta a praia de Mucuripe, está a estátua de Iracema, próxima ao local em que a índia, personagem criada pelo autor, observa o mar à espera de seu amor.

Próxima à estátua, as jangadas – conhecidas por lá como bateras – zarpam diariamente rumo a um agradável passeio. Sobre as águas, vale a pena envolver-se no ritmo do forró, que parte de um improvisado rádio de pilhas, e observar um navio encalhado, antigas pontes e o belo pôr-do-sol. Tudo, é claro, regado a muita água de coco.

No circuito das praias, Fortaleza tem, entre outras, a praia do Futuro, invadida à noite e nos finais de semanas pelos jovens. Agitação também é o que não falta na praia de Iracema, que ocupa a parte mais antiga da cidade. Por lá, é imperdível apreciar a ponte Metálica, de onde se avista um maravilhoso pôr-do-sol.

Com tantas atrações naturais, Fortaleza se difere de outras tradicionais capitais nordestinas por não ter muitos logradouros históricos. Entre os poucos existentes, destacam-se a imponente catedral Metropolitana, de estilo neogótico, a praça dos Mártires e a fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, construída em 1816 e que deu origem ao nome da cidade.

Fortaleza, é claro, também toma para si a origem do nome forró, que viria do inglês for all (para todos). A expressão, reza a lenda, ilustrava as festas do Estoril, casarão que abrigava marinheiros norte-americanos durante a colonização da cidade.

Antes de se empolgar com o forró e cair na farra noturna, porém, não se pode deixar de conhecer o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Iracema. A enorme construção de estilo contemporâneo com cúpulas típicas de mesquitas abriga oficina de arte, museus, biblioteca, cinemas, teatros e galerias.

De um charmoso e moderno Café suspenso, é possível avistar os belos prédios tombados pelo patrimônio histórico que cercam o Centro Cultural. Tudo isso em meio a um ambiente repleto de textos de nobres escritores e ao som do rock. Um show de contrastes que provoca a deliciosa sensação de proveito dos detalhes da vida. Por isso, talvez, os cearenses sejam tão sorridentes.




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