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A empresa de telemarketing CSU Cardsystem demitiu, na última sexta-feira, todos os funcionários da filial de Santo André. Segundo o Seaac (Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio e em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Empresas de Serviços Contábeis de Santo André e Região), do total de 1.250 trabalhadores, cerca de 500 foram mantidos por mais dois meses para finalizar pendências, mas também serão dispensados após esse período.
De acordo com o presidente do Seaac, Vagney Borges de Castro, a direção da empresa disse que fechou a unidade do Grande ABC como uma estratégia de contenção de custos e decidiu transferir as atividades para a filial do Recife, onde a mão-de-obra é mais barata. Entretanto, Castro acredita que a verdadeira razão do fechamento seria uma retaliação às greves e manifestações que os funcionários da unidade têm realizado desde o ano passado.
"A empresa disse que fechou a unidade de Santo André devido à perda de clientes, prejuízos financeiros e também à grande concorrência que existe no setor de call center. Não temos como provar, mas, na verdade, acreditamos que se trata de uma retaliação. Os funcionários dessa unidade são muito engajados e realizaram diversas resistências contra as medidas de contenção de despensas da CSU", acredita Castro.
Em julho deste ano, os funcionários fizeram uma paralisação de cinco dias para reivindicar equiparação salarial, aumento na participação nos lucros e reajuste do vale-refeição. Segundo o sindicato, o piso salarial dos atendentes de Santo André é de R$ 450, enquanto funcionários que exercem a mesma função na Capital recebem R$ 550.
Na última sexta-feira, segundo o presidente do Seaac, a empresa aceitou uma proposta conciliatória do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região e, ao demitir os funcionários, pagou as verbas rescisórias, PLR de R$ 380 e também prorrogou o plano de saúde por mais dois meses.
"Procuramos de todas as formas fazer com que a empresa permanecesse na região, mas não temos mecanismos legais para impedir o fechamento da unidade. Só nos resta tentar minimizar os efeitos das demissões", afirma Castro, que ficou com os currículos de todos os funcionários e se comprometeu a conversar com as empresas do segmento para tentar conseguir uma recolocação para o pessoal demitido.
Outra lado - Segundo nota oficial da assessoria de imprensa da CSU Cardsystem, as operações de Santo André foram transferidas para Alphaville e Recife em função das novas necessidades de atendimento da companhia.
No documento, a CSU Cardsystem garantiu que está cumprindo todas as obrigações rescisórias determinadas em lei: ofereceu PLR de R$ 380 e prorrogação de 30 dias no convênio médico. A empresa ainda se comprometeu a prestar orientação aos funcionários para recolocação profissional.
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