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Diadema faz censo em favelas
Nicolas Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
24/03/2003 | 20:46
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Na próxima semana, a Prefeitura de Diadema começa um censo nos núcleos habitacionais da cidade, que irá levar em consideração dados sobre a população que vive nas áreas, além de aspectos físicos dos assentamentos, como número de pavimentos nas casas, de acordo com o diretor do Dehab (Departamento de Habitação), Josemundo Dario Queiroz. O objetivo do projeto é levantar dados detalhados que vão servir de base para projetos de urbanização e regularização fundiária nas favelas. A expectativa é concluir o censo em um prazo de seis meses. O projeto é financiado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

“Com o cadastramento, teremos informações exatas sobre os núcleos habitacionais, o que irá auxiliar não só no planejamento urbano, como em outras áreas (saúde, educação etc.)”, disse Queiroz.

Funcionários de uma empresa contratada pela administração – que já tem feito pesquisas habitacionais em bairros regulares da cidade – irão começar as visitas pela favela Vila Odete, localizada próxima à avenida Antônio Piranga.

De acordo com a Associação de Moradores do local, vivem na Vila Odete cerca de 340 famílias. A área, particular, foi ocupada há 30 anos e é uma das mais antigas da cidade. Desde 1999, os moradores aguardam por uma ação que pede a posse do território por usucapião.

O censo irá considerar dados como número de moradores em cada casa, sexo e idade, renda familiar, tamanho dos lotes e das moradias, além de características construtivas, como número de pavimentos e material em que as habitações são construídas.

“Fizemos um levantamento e temos informação de que existem terrenos em que vivem duas ou três famílias. Além disso, algumas casas chegam a ter quatro pavimentos”, disse Maria Ivanilsa Batista Costa, 37 anos, da Associação de Moradores. Nesses casos, o levantamento seria utilizado para promover parcelamento de áreas e criação de novas moradias.

Depois da Vila Odete, o recenseamento será estendido para os núcleos habitacionais Nações I, II e III, que reúnem cerca de 700 famílias.

Diadema possui hoje 207 favelas em diferentes estágios de urbanização. Segundo a Prefeitura, 10% delas estão na estaca zero – sem nenhum tipo de infra-estrutura.

O recenseamento será precedido por uma reunião entre a Prefeitura e representantes de cada comunidade. O objetivo é explicar o projeto e garantir o acesso dos agentes a todas as casas.

De acordo com o diretor Queiroz, a próxima etapa do projeto, por meio de verba de R$ 197 mil do programa Habitar Brasil, do BID, é criar um banco de dados informatizado, que irá reunir as informações coletadas em campo. “O programa vai permitir o atendimento mais rápido pela Prefeitura aos moradores”, disse.




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