O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi diagnosticado com câncer na laringe depois de realizar exames neste sábado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Após avaliação multidisciplinar, foi definido tratamento com quimioterapia, que será iniciado segunda-feira. 

Lula deu entrada no hospital ontem à noite, após se queixar de dores na garganta. Ele teve rouquidão repentina e telefonou para o médico Roberto Kalil Filho, que o aconselhou a ir ao Sírio-Libanês. O ex-presidente deixou o local por volta das 20h30 de deste sábado e passará o domingo descansando em seu apartamento em São Bernardo.

O oncologista Paulo Hoff, da equipe que examinou e fez o diagnóstico do ex-presidente, disse que o prognóstico para o tipo de câncer apresentado por Lula é "muito bom". "Estamos sendo supertransparentes, a pedido do próprio Lula", ressaltou. 

O tumor tem entre dois e três centímetros, considerado de tamanho médio, e foi identificado em fase inicial. O ex-presidente passará por três ciclos de quimioterapia, com intervalo de 20 dias. O tratamento deve durar três meses.

A presidente Dilma Rousseff afirmou, em nota, que a descoberta do câncer na laringe do companheiro foi feita em estágio que permite "seu tratamento e cura".

"Como todos sabem, passei pelo mesmo tipo de tratamento, com a competente equipe médica do Sírio-Libanês, que me levou à recuperação total", disse. "Tenho certeza de que acontecerá o mesmo com o presidente Lula."

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, visitou Lula no hospital. Ele disse que o ex-presidente estava bem e que não há metástase. "O presidente sempre foi um lutador e vai vencer essa doença", declarou.

Doença tem 80% de chances de cura se descoberta logo

O médico José Guilherme Vartanian, do Hospital AC Camargo, especialista em pescoço e cabeça, disse que o tipo de câncer diagnosticado no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 80% de chances de cura se descoberto no seu estágio inicial e 60% no estágio intermediário. Ele não faz parte da equipe médica do Sírio-Libanês, responsável pelos exames e tratamento da doença do ex-presidente.

Tal tipo de câncer atinge principalmente homens acima de 40 anos e é provocado geralmente por exposição a bebidas alcoólicas e tabaco, bem como por fatores externos ambientais, como poluição, afirmou o especialista. O tratamento leva, em média, de seis a oito semanas, e pode ser feito com cirurgia e/ou quimioterapia. As aplicações são diárias, cinco vezes por semana, com folga no fim de semana para o paciente.

Normalmente, quem é acometido por este tipo de câncer começa a sentir dores na garganta, dificuldade para engolir e para falar. Uma das consequências do tratamento pode ser a rouquidão.