"Isso em algum momento implica em erros. Errar é humano mas trabalhar no IBGE hoje é que é desumano. A pressão é muito grande sobre poucas pessoas", disse. Desde o início do ano o corpo técnico do instituto vem reagindo a mudanças em pesquisas e cortes orçamentários. O anúncio da suspensão da divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em abril, detonou uma crise que levou a uma greve de 79 dias.
"Fizemos isso para alertar o governo que era preciso dar tratamento diferenciado a essa instituição, mas logo que saímos da greve houve um novo corte que reduziu para menos de um terço o orçamento das pesquisas inicialmente previsto. Isso impacta fortemente o plano de trabalho no IBGE", reclama Ana Magni.
No início deste ano, o governo já havia reduzido de R$ 214 milhões para R$ 193 milhões as verbas do IBGE para pesquisas. Recentemente o Ministério do Planejamento decidiu que o orçamento do instituto para 2015, fixado em R$ 766 milhões, será de apenas R$ 204 milhões. Com isso, serão adiados o Censo Agropecuário e a Contagem da População, que custariam R$ 562 milhões e seriam realizados nos dois próximos anos.
A diretora do sindicato não acredita em manipulação de dados, o que considera uma "associação imediatista". Ela lembra que a revisão dos dados favoreceu o governo em alguns pontos, mas foi desfavorável em outros.
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